A decisão de um prisioneiro no corredor da morte nos Estados Unidos de desistir de suas apelações e pedir a própria execução é um fenômeno conhecido como "voluntariado" para a pena capital.
Essa escolha, que parece contraditória, levanta questões sobre as condições do corredor da morte e a saúde mental dos detentos. Para muitos, a atitude é uma tentativa de retomar o controle sobre o próprio destino em um ambiente onde qualquer autonomia foi perdida.
As condições no corredor da morte, frequentemente marcadas por décadas de isolamento, incerteza e batalhas legais exaustivas, também são um fator determinante. Alguns prisioneiros veem a aceleração da pena como uma forma de escapar de um sofrimento prolongado, que consideram pior do que a própria morte.
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Casos que marcaram a história
A história do sistema penal americano é pontuada por casos semelhantes que geraram grande repercussão. Um dos exemplos mais conhecidos é o de Gary Gilmore. Após ser condenado por assassinato, ele lutou contra os esforços de grupos de direitos civis para impedir sua execução, que ocorreu por um pelotão de fuzilamento em Utah, em 1977.
Mais recentemente, Timothy McVeigh, autor do atentado de Oklahoma City em 1995, que matou 168 pessoas, também abriu mão de seus recursos. McVeigh afirmou que não queria passar o resto da vida em uma cela e foi executado por injeção letal em 2001, apenas seis anos após o crime. Sua decisão acelerou significativamente o processo, que poderia ter se arrastado por mais de uma década.
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No ano passado, Wade Wilson, apelidado de Deadpool da Florida por compartilhar o nome do personagem da Marvel, também expressou seu desejo de morte. Condenado pelos assassinatos de Kristine Melton e Diane Ruiz em 2019, ele afirmou que queria “furar a fila” do corredor da morte. Wilson segue preso na Flórida, e sua execução não tem data prevista.
Uma ferramenta de IA foi usada para auxiliar na produção desta reportagem, sob supervisão editorial humana.
*Estagiária sob supervisão do subeditor Thiago Prata
