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Internacional

Cerca de 60 soldados colombianos completam dois dias 'sequestrados' por camponeses

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Cerca de 60 soldados colombianos completam nesta segunda-feira (12) dois dias "sequestrados" por camponeses, que agiram aparentemente influenciados por uma facção de dissidentes das Farc, a quem o governo adverte que o cessar-fogo será suspenso se não os militares não forem libertados.

Os soldados permanecem cercados por cerca de 650 camponeses em uma zona rural de San José del Guaviare (sul), informou o prefeito desta cidade, Willy Rodríguez, à Caracol Radio.

Inicialmente, 100 oficiais foram retidos no sábado, mas 40 recuperaram a liberdade horas depois, disse uma fonte do Exército à AFP.

No fim de semana, o ministro da Defesa, Iván Velásquez, classificou o ocorrido como um "sequestro" e apontou um grupo Jorge Suárez Briceño, dissidente das Farc, como responsável de estar por trás dos camponeses. 

Este grupo guerrilheiro, que se recusou a assinar o acordo de paz de 2016, mantém negociações com o governo do presidente Gustavo Petro e pactuou um cessar-fogo bilateral que está em vigor desde outubro de 2023.

Velásquez advertiu que a trégua poderá ser suspensa "se não houver um compromisso real por parte deste grupo ilegal".

O Exército assegurou que estava na região realizando uma operação de combate a extorsões.

Rodríguez acrescentou que visitou a área no domingo e observou que os soldados estavam com seu armamento. De acordo Rodríguez, os camponeses impedem os soldados de se moverem para evitar uma "confrontação" com os dissidentes e esperam que o governo envie representantes para coordenar a saída dos militares do local. 

Em regiões de conflito como o departamento de Guaviare, a força pública costuma ter confrontos com camponeses, especialmente em operações para destruir culturas de drogas.

Em abril, 34 soldados foram retidos e depois libertados por uma comunidade no departamento do Meta (sul).

Um ano atrás, um protesto contra a Emerald Energy terminou com o sequestro de mais de 70 policiais antidistúrbios e seis funcionários da petroleira em San Vicente del Caguán (sul). Um dos policiais morreu supostamente degolado.

A Colômbia vive um conflito armado de seis décadas que deixou 9,5 milhões de vítimas, entre sequestrados, desaparecidos, deslocados e assassinados.

das/vd/val/jb/aa

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