Coalizão de esquerda na França pede 'esforço de patriotismo econômico' a bilionários
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Siga noA coalizão de esquerda Nova Frente Popular (NFP) pediu, nesta quinta-feira (20), um "esforço de patriotismo econômico" aos bilionários, depois que os empregadores franceses consideraram "perigoso" o seu programa econômico para as eleições legislativas de 30 de junho e 7 de julho.
"Os bilionários podem levantar a mão e eu pedirei desculpas pelo esforço de solidariedade e patriotismo econômico que lhes peço", disse o socialista Boris Vallaud em nome do NFP durante um debate com organizações patronais.
A França vive a campanha eleitoral das suas eleições legislativas mais incertas, em que o partido de extrema direita Reagrupamento Nacional (RN) tem 33% das intenções de voto, seguido pelo NFP (28%) e pela aliança centrista no poder (18%), de acordo com uma pesquisa do Ifop.
A vitória do RN nas eleições europeias de 9 de junho na França provocou a antecipação das eleições pelo presidente centrista Emmanuel Macron, que arrisca compartilhar o poder com um governo de ideologia política diferente até o final do seu mandato em 2027.
Neste contexto, a associação patronal francesa Medef considerou na quarta-feira os programas econômicos do RN e da coalizão de esquerda "inadequados" e "perigosos para a economia, o crescimento e o emprego franceses".
A associação patronal deu como exemplo o desejo de revogar a impopular reforma da Previdência, o salário mínimo interprofissional de 1.600 euros (9.395 reais) líquidos mensais, o bloqueio de preços ou a redução do IVA sobre produtos energéticos.
O apelo do Medef surgiu no mesmo dia em que a Comissão Europeia anunciou a abertura de um processo disciplinar contra a França por ter um déficit público (5,5% do PIB em 2023) superior aos 3% previstos nas regras europeias.
"A margem de manobra orçamentária da França é zero", afirmou o ministro da Economia, Bruno Le Maire, durante o debate com as organizações patronais, considerando os programas dos seus rivais desatualizados face à "situação das finanças públicas".
A bolsa de valores de Paris entrou em colapso após o anúncio das eleições antecipadas e a possibilidade de um bloqueio institucional resultante das eleições. Os juros dos títulos soberanos da segunda economia da UE também dispararam.
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