Empreendedorismo na Escola Estadual Caio Nelson de Sena, no Bairro Caiçara -  (crédito: Jair Amaral/EM/D.A Press)

Empreendedorismo na Escola Estadual Caio Nelson de Sena, no Bairro Caiçara

crédito: Jair Amaral/EM/D.A Press


Olhos no futuro, direção segura na formação profissional e passos largos rumo ao mercado de trabalho. Cheios de determinação, alunos do ensino médio da Escola Estadual Caio Nelson de Sena, no Bairro Caiçara, na Região Noroeste de Belo Horizonte, participam, neste sábado (25), de uma feira de empreendedorismo na unidade de ensino que completará 60 anos em 2024. O objetivo é apresentar o mercado de trabalho aos adolescentes e dar acesso a oportunidades em várias profissões.

Segundo a professora e coordenadora do projeto de empreendedorismo na escola, Margareth Santana, a ideia surgiu na disciplina que ela leciona, “Introdução ao mundo do trabalho”, na qual há temas como "networking" (redes de relacionamento) e empreendedorismo. A turma é composta por 349 alunos de 15 a 17 anos, do primeiro ano do ensino médio, com participação do segundo ano.

"Os pais e a comunidade também participam conosco. Temos exposição, sorteios de brindes e apresentação de um vídeo da Semana do Empreendedorismo pelo Sebrae Minas”, conta a professora.Ela destaca que muitos alunos moram em áreas de vulnerabilidade social, e o acesso à informação pode mudá-los positivamente. Um dos recursos usados é a leitura, a partir de um exercício que a professora desenvolveu.

“Criei uma técnica para incentivar a leitura. Comecei a enviar jornais de todo o país em versão eletrônica e peço um resumo manuscrito de alguma matéria voltada para minha disciplina, com destaque para o mercado de trabalho. Não aceito que seja digitada, somente manuscrita. Com isso, eles vão aprendendo a técnica da leitura e desenvolvendo a escrita”, explica.

Margareth Santana explica que a partir do terceiro bimestre passou a trabalhar somente com o jornalEstado de Minas. “Confesso que os alunos estão me surpreendendo com as notícias, que, muitas vezes, eu nem havia lido. A leitura é importante para melhorar a comunicação, ter acesso a informações de qualidade e levar o indivíduo a ver o que é falso e verdadeiro”.

OPORTUNIDADE As gêmeas Laura Vitória Fagundes e Ana Clara Fagundes, de 15 anos, alunas do primeiro ano, se mostram dispostas a conjugar os verbos aprender e empreender. "Estar numa feira ensina muito. É bom ver a dinâmica do empreendedorismo", disse Laura, enquanto a irmã gostou da oportunidade de saber mais, na prática, sobre a matéria.

Já o estudante Danilo dos Santos Matos, o lado da avó Maria Alice Matos Pinto, faz planos: "Quero trabalhar com estética automotiva". Professora aposentada, Maria Alice garantiu que o "estudo representa tudo na vida". Danilo, que perdeu recentemente o pai, de 36, ouviu com atenção as palavras da avó, e completou que vale demais a voz da experiência.

As pulseiras feitas pela aluna Ana Luiza de Brito Vales, de 16, fizeram sucesso, e ela explicou que o empreendedorismo envolve várias etapas, começando pela criatividade. Da mesma idade, Lisiê Marcele Gonçalves, editora do jornal da escola, avisa: "Aqui não entra fake news".

PARTICIPAÇÃO Os adolescentes receberam exemplares do jornal Estado de Minas e alguns brindes para serem sorteados durante o evento. Eles também têm apoio da Rede Cidadã, com um curso de Jovem Aprendiz e acesso ao primeiro emprego. “Depois da leitura dos jornais, a mente deles ficou mais aberta”, disse Margareth, ao lado do diretor da escola, Humberto Freitas, do vice-diretor, Sebastião Gessy, da supervisora, Sandra Nolasco, e da coordenadora de ensino médio, Alessandro Andrade.

A feira tem apoio do jornal Estado de Minas, Cemig, Universo, Rede Cidadã, Inforel.Org, Arena Beach, Betel Lacticínios e Instituto Maurício de Sousa.