O Dia Nacional do Samba, oficialmente comemorado no dia 2 de dezembro, foi “sambado” em Belo Horizonte neste domingo (7/12). A segunda edição do “Horizontes do Samba - Patrimônio Cultural BH”, no Mercado da Lagoinha, na Região Noroeste da capital, celebrou um ano de reconhecimento do gênero musical como Patrimônio Cultural da cidade. O evento foi organizado em parceria entre a Secretaria Municipal de Cultura (SMC), a Fundação Municipal de Cultura (FMC) e o Instituto Odeon.


Os tradicionais Blocos Caricatos de Belo Horizonte foram homenageados. De acordo com Alan Pires, coordenador do Patrimônio Imaterial de Belo Horizonte pela SMC e pela FMC, a história conta que a origem desses blocos remete à construção da capital mineira, inaugurada em 1987: "trabalhadores, no momento de folia, subiam nas carroças e faziam seus cortejos e seus batuques”.



O evento também faz parte da programação do Circuito Municipal de Cultura e integra as celebrações dos 128 anos da capital. Alan garante que os Blocos Caricatos - com esse formato, com o rosto pintado, com um grande tambor feito de tambores de água - só encontrados em Belo Horizonte. O coordenador explica que o evento foi formatado como uma ação de salvaguarda desses blocos.

“Mas é importante dizer que esse evento, como um todo, tem essa característica de salvaguarda, estimulando a troca de informações entre as novas e velhas gerações do samba. Por isso, a gente teve a apresentação da Velha Guarda da Unidos do Guarani e duas rodas de mestres de samba acompanhados por uma banda base de mulheres novas do samba. O evento pensa e estimula essa transmissão de conhecimento, a valorização dos mestres, formando novas gerações de sambistas”, explicou Alan.

Alan Pires participou das pesquisas que serviram de base para o reconhecimento do samba como Patrimônio Cultural da capital

Túlio Santos/EM/D.A Press


O coordenador do Patrimônio Imaterial de Belo Horizonte participou das pesquisas que serviram de base para o reconhecimento do samba como Patrimônio Cultural da capital. Ele conta que o gênero nasce junto com a cidade, “com notícias sobre a Umbigada já nos primeiros anos, de todo um caldo musical e cultural que vai originando o samba de Belo Horizonte”.

“A gente percebe também  que as composições dos mestres históricos do samba vão narrando a história de BH: o desenvolvimento da Região da Lagoinha, o circuito cultural que vai se formando na Rua da Bahia, nas periferias da cidade, as primeiras escolas de samba, como a Pedreira Unida. Esse estudo aponta que o samba de BH é formado por movimentos: as escolas de samba, os Blocos Caricatos, os blocos de rua, os blocos afros, bem como as rodas de samba”, concluiu Alan.

Silvia Ribeiro mostrou que está muito familiarizada com os movimentos do samba de Belo Horizonte

Túlio Santos/EM/D.A Press


A servidora pública Silvia Ribeiro mostrou que está muito familiarizada com os movimentos do samba de Belo Horizonte: “Nosso samba tem amplitude, tem o Samba D’ouro, debaixo do Viaduto (Santa Tereza), tem o Samba Afro em vários lugares, o samba enredo, no carnaval, os bloquinhos, enfim, tem uma amplitude de sambas acontecendo. O Samba Duro, no Concórdia, e tem o pagode também”. 

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“Eu enxergo o samba como patrimônio cultural de Belo Horizonte sim. Acho que isso esteve meio morto durante um tempo, muito na periferia, marginalizado. Mas, sobretudo com essa retomada do carnaval, a boemia e o samba mineiro, veio esse reconhecimento. Aqui tem várias gerações, muita gente de BH e que vem fora curtindo e conhecendo nosso samba”, disse a advogada Fernanda de Oliveira Lage, que esteve neste domingo no Mercado da Lagoinha junto com um filho e amigas.

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