UFJF repudia pichação com símbolo nazista em sede de diretório acadêmico
Universidade afirma que apologia ao nazismo é crime e diz que medidas administrativas e legais já estão em curso para identificar os responsáveis
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A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) repudiou a pichação de uma suástica nazista na sede do Diretório Acadêmico de Artes e Design (IADDA), no câmpus da instituição. O caso foi denunciado pelo próprio DA, que classificou o episódio como um ataque grave à comunidade universitária e aos princípios democráticos.
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Em nota, o Diretório Acadêmico de Artes e Design afirmou que o ato é “grave, violento e absolutamente inaceitável” e ressaltou que a pichação “não se trata de crítica política, mas de uma agressão direta à democracia, à comunidade acadêmica e à dignidade humana”.
O diretório destacou ainda que o Instituto de Artes e Design é um espaço plural, no qual o debate e a divergência fazem parte da vida universitária. “A democracia pressupõe debate, pluralidade e confronto de ideias, mas não comporta ódio, violência simbólica ou a exaltação de ideologias genocidas”, afirmou a entidade. Para o DA, “não há diálogo possível quando se ultrapassam os limites éticos do debate político”.
Na mesma nota, o diretório reafirmou seu posicionamento histórico de enfrentamento a todas as formas de opressão e discriminação. “As universidades são, por excelência, espaços de pensamento crítico, diversidade e resistência”, diz o texto. O DA informou ainda que já atua em conjunto com o Diretório Central dos Estudantes (DCE) e com a própria UFJF para identificar os responsáveis pelo ataque e adotar as medidas administrativas e legais cabíveis.
"Ideologia criminosa"
A UFJF também se manifestou oficialmente por meio de uma nota de repúdio. A instituição declarou seu “mais veemente e absoluto repúdio à aparição de símbolos nazistas pichados nas paredes da sede do Diretório Acadêmico de Artes e Design (IADDA)”. No comunicado, a universidade ressaltou que “o nazismo é uma ideologia criminosa, baseada no ódio, na intolerância e na violação dos direitos humanos”, sendo responsável por atrocidades históricas como o Holocausto.
“A apologia ao nazismo é incompatível com os valores acadêmicos e constitui crime”, destacou a universidade. A UFJF reafirmou ainda seu compromisso institucional com a democracia, os direitos humanos e o combate a todas as formas de discriminação, além da preservação de um ambiente acadêmico “seguro, inclusivo e respeitoso”.
Segundo a instituição, “as medidas cabíveis já estão sendo tomadas para a identificação e responsabilização dos autores, com o rigor da lei e das normas internas”. O caso está sendo acompanhado pelos setores competentes da universidade.
Entenda o caso
A pichação com o símbolo nazista foi encontrada nas paredes da sede do Diretório Acadêmico de Artes e Design, espaço de convivência e organização estudantil ligado ao Instituto de Artes e Design da UFJF. Após a identificação do ataque, o diretório registrou a ocorrência internamente e divulgou uma nota pública denunciando o episódio.
No texto, a entidade destacou que a exaltação de símbolos nazistas não pode ser tratada como opinião ou divergência política. “Apologia a símbolos nazistas não é liberdade de expressão”, afirma a nota. “No Brasil, isso é crime, previsto em lei, sendo inafiançável e imprescritível.”
O diretório informou que acionou o Diretório Central dos Estudantes e a administração da universidade para que sejam adotadas providências administrativas e legais, incluindo a apuração dos fatos e a identificação dos responsáveis. A UFJF, por sua vez, afirmou que conduz as apurações e reforçou que práticas de ódio e discriminação não serão toleradas no ambiente universitário.
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A apologia ao nazismo é tipificada pela Lei Federal nº 7.716/1989, que trata dos crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor, e prevê punições severas para esse tipo de conduta.