Fraude na escola em MG: como diretor desviou R$ 1,2 milhão da verba escolar
Esquema em escola de São Gonçalo do Rio Abaixo usava notas falsas; ex-gestor foi demitido e é investigado pela Polícia Federal
compartilhe
SIGA
Um diretor da Escola Estadual Desembargador Moreira dos Santos, em São Gonçalo do Rio Abaixo, na Região Central de Minas Gerais, foi demitido do cargo após a descoberta de um desvio de R$ 1,2 milhão de verbas da educação. A investigação criminal, conduzida pela Polícia Federal (PF), revelou um esquema que utilizava notas fiscais falsas para desviar recursos que deveriam ser aplicados na unidade de ensino. O impacto da fraude foi tão severo que chegou a afetar o fornecimento de alimentação, exigindo que a prefeitura do município doasse gêneros alimentícios para os alunos.
Leia Mais
-
Ex-diretora de escola é suspeita de desviar quase meio milhão de reais
-
Policial é afastado suspeito de fraude que gerou R$ 1,5 milhão de prejuízo
-
Presos dois homens que comandavam esquema de fraude financeira
Como funcionava o esquema de desvio
A apuração da PF apontou que o esquema se baseava na emissão de notas fiscais por empresas com endereços fechados ou sem indícios de funcionamento regular. Os documentos simulavam a compra de materiais ou a contratação de serviços que nunca foram entregues à escola. O mecanismo seguia um padrão claro:
-
Emissão de notas falsas: empresas de fachada eram usadas para emitir notas por produtos ou serviços fictícios, como reformas, compra de equipamentos ou materiais didáticos.
-
Simulação de compras: o diretor atestava falsamente o recebimento dos materiais ou a conclusão dos serviços, liberando o processo para pagamento.
-
Pagamento e desvio: após o pagamento ser efetuado, parte dos valores era transferida diretamente para contas pessoais do diretor ou de terceiros ligados a ele.
O esquema se aproveitava da autonomia financeira concedida às caixas escolares, que gerenciam verbas repassadas pelos governos estadual e federal, dificultando a fiscalização imediata.
O que acontece agora?
O caso se concentra na esfera administrativa, entre as medidas tomadas está a exoneração do diretor da unidade em novembro deste ano, para “garantir a devida apuração dos fatos”. A SES informou que foi aberto um processo disciplinar conduzido pelo Núcleo de Correição Administrativa (Nucad), conforme demandam os “termos da legislação vigente” e garantindo os princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório.
Siga nosso canal no WhatsApp e receba notícias relevantes para o seu dia
A Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais reafirmou seu compromisso com a “ética”, a “transparência” e o uso responsável dos recursos públicos. Destacando que a investigação é de natureza criminal e de responsabilidade exclusiva das autoridades competentes
Uma ferramenta de IA foi usada para auxiliar na produção desta reportagem, sob supervisão editorial humana.
*Estagiária sob supervisão do subeditor Thiago Prata