“A nossa preocupação é com os animais; queremos saber o que está acontecendo”, disse o prefeito de Belo Horizonte, Álvaro Damião, após a morte da leoa-branca Pretória e da chimpanzé Kely. A dupla sofreu uma parada cardiorrespiratória durante um procedimento de anestesia nos últimos dias.

No caso de Pretória, a leoa-branca de 14 anos apresentava um diagnóstico dentário complexo, necessitando de uma cirurgia de urgência. De acordo com a Prefeitura de BH (PBH), o animal estava com uma fratura coronal nos dentes caninos inferiores, com exposição e possível necrose da polpa dentária, precisando ser submetida a um tratamento semelhante a um procedimento de canal.

O procedimento odontológico estava marcado para a última terça-feira (11/11), e a leoa morreu nesta mesma data. Já a chimpanzé Kely, de 27 anos, precisou ser submetida a um procedimento no útero, nesta quarta-feira (12/11), e também não resistiu à anestesia.

Os dois animais estavam em processo de quarentena, um procedimento que envolve o isolamento de recém-chegados ao zoológico — que passam por uma série de exames para garantir a saúde deles, além de se adaptarem ao novo espaço. 

Pretória e Kely 

A leoa-branca Pretória havia chegado à capital mineira há pouco menos de um mês, em 15 de outubro. Ela veio acompanhada de um macho, Mafu, da mesma idade, transferidos do Parque Beto Carrero, em Santa Catarina (SC), que decidiu descontinuar a permanência de animais no espaço.

Sem a presença da fêmea, há grande preocupação em relação ao bem-estar de Mafu. O leão também precisou passar por um procedimento odontológico parecido, nessa segunda-feira (10/11), mas está estável e se recupera bem, de acordo com a PBH.

“O meu compromisso é com o leão, com o animal, a qualidade de vida dele. Se eu tiver que levá-lo para um outro lugar para ele poder viver ao lado de uma leoa, vou levá-lo. Se tiver que trazer uma leoa para cá, para ele poder continuar no zoológico de BH, vou trazê-la”, afirmou Damião.

Um dia após a morte de Pretória, o falecimento de Kely foi confirmado pelo Executivo Municipal. A chimpanzé havia sido transferida de Sorocaba, no interior de São Paulo, e, há cerca de 40 dias, havia chegado ao Zoológico de BH, já doente, com problemas no útero.

“Foi feito tratamento durante um tempo aqui em Belo Horizonte, e ela ia fazer uns exames fora do zoológico. Para fazer esses exames, tinha que passar por uma anestesia, mas ela não suportou a anestesia e acabou falecendo”, disse o chefe do Executivo.

Qualidade de vida dos animais 

No total, 35 animais que estavam no zoológico da capital mineira morreram neste ano. De acordo com a Prefeitura de BH, o número está abaixo da média dos últimos cinco anos, que registrou cerca de 50 falecimentos por ano. Em relação ao número de visitantes, o espaço recebe aproximadamente 40 mil pessoas por mês — contabilizando um público de quase meio milhão por ano.

“Nossa principal preocupação é a qualidade de vida para os animais que habitam o nosso zoológico. Esse espaço é destinado para a preservação da nossa fauna; entretenimento e lazer são consequências”, explicou o prefeito. “Muitas outras cirurgias são feitas no zoológico durante todo o mês, muitos outros tratamentos acontecem lá ao longo do ano”, completou.

Inicialmente, a morte delas foi tratada como uma fatalidade. Para Damião, os casos chamaram atenção por serem bichos de grande porte. O prefeito reforçou a qualidade do zoo da capital mineira, sendo um espaço apto a acolher e tratar desses animais. “Não buscamos os animais porque queremos trazê-los para cá. O Zoológico de BH foi escolhido pela qualidade do serviço que já presta aos outros animais aqui na cidade.”

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Ele também relembrou que esteve no local há poucos meses e teve a oportunidade de conhecer os trabalhadores do espaço, descrevendo que a equipe tem “muito carinho pelos animais”. Mesmo com uma queda na média do número de mortes, a Prefeitura de BH afirmou que vai entrar em contato com o zoológico para investigar e entender o porquê do falecimento de Pretória e Kely.

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