Com Minas Gerais registrando uma média preocupante de três suicídios por dia, encontrar apoio psicológico acessível tornou-se uma urgência. O estado oferece uma rede de serviços gratuitos ou a baixo custo que pode ser o primeiro passo para quem busca ajuda ou precisa de orientação para lidar com transtornos mentais, como ansiedade e depressão.

Uma das grandes barreiras para quem precisa de ajuda é o tabu que ainda cerca o universo da psicologia e psiquiatria, afastando a população do tratamento necessário. Santhiago Souza, professor de psicologia da PUC Minas, explica que a população é ensinada que aguentar a dor e o sofrimento é uma demonstração de força.

“Pedir ajuda é quebrar essas regras internalizadas que os nossos pais e que a própria sociedade vende. Se a gente não dá conta, não é nenhum demérito, muito pelo contrário, todos nós vamos podemos experimentar essa situação de ‘não dar conta’ em algum momento da vida. O profissional de saúde mental pode nos auxiliar a enfrentar essas situações de forma mais saudável”, afirma o especialista.

O Sistema Único de Saúde (SUS) é a principal via de acesso ao tratamento. A estrutura foi desenhada para que qualquer cidadão possa receber acolhimento e o devido encaminhamento sem burocracia, garantindo que o cuidado com a saúde mental seja um direito de todos. Conhecer os canais corretos agiliza o processo e garante um suporte qualificado.

Souza também ressalta a importância das clinicas escolas em universidades públicas e privadas que oferecem atendimento psicológico gratuito ou a preços populares, assim como o trabalho de Ongs. “ Esse acesso é de extrema importância porque dados da OMS (Organização Mundial da Saúde) demonstram o quanto a barreira de acesso ao serviço saúde mental é um fator de risco para os indivíduos”, diz.

Onde buscar apoio psicológico gratuito

  • Centros de Atenção Psicossocial (CAPS): são a porta de entrada para o tratamento especializado no SUS. As unidades oferecem atendimento para pessoas com sofrimento psíquico grave ou persistente. Para ter acesso, não é preciso encaminhamento. Basta procurar o CAPS mais próximo de sua casa com um documento de identidade e, se tiver, o cartão do SUS. A equipe multidisciplinar fará uma avaliação e indicará o projeto terapêutico adequado. Em Belo Horizonte, o serviço é conhecido como Centro de Referência em Saúde Mental (Cersam), que funciona nos mesmos moldes.

  • Unidades Básicas de Saúde (UBS): os postos de saúde também são um ponto de partida importante. A equipe de saúde da família está preparada para fazer o primeiro acolhimento, identificar a necessidade de cuidados e, se for o caso, encaminhar o paciente para um serviço especializado como o CAPS. Essa proximidade com a comunidade facilita o acesso inicial.

  • Clínicas-escola de universidades: faculdades de psicologia em diversas cidades mineiras mantêm clínicas que oferecem psicoterapia a preços simbólicos ou de forma gratuita. Os atendimentos são realizados por estudantes dos últimos períodos, sob a supervisão de professores experientes. Para saber mais, verifique o site da universidade federal ou particular mais próxima de você.

  • Centro de Valorização da Vida (CVV): para quem precisa de uma conversa imediata, sigilosa e anônima, o CVV é a melhor opção. O serviço oferece apoio emocional e prevenção do suicídio 24 horas por dia. O contato pode ser feito gratuitamente pelo telefone 188, ou por chat e e-mail disponíveis no site oficial da organização.

Uma ferramenta de IA foi usada para auxiliar na produção desta reportagem, sob supervisão editorial humana.

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