OPERAÇÃO CONTENÇÃO

Policiais penais temem represálias de membros do CV em presídios mineiros

Sindicato dos Policiais Penais de Minas Gerais afirma que já registro da presença de filiados ao Comando Vermelho em presídios de Juiz de Fora e Uberlândia

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Depois da represália das forças de segurança pública do Rio de Janeiro contra suspeitos de integrarem o Comando Vermelho, nos complexos do Alemão e da Penha, nessa terça-feira (28/10), o Sindicato dos Policiais Penais de Minas Gerais (Sindppen-MG) teme que haja ação de faccionados detidos em unidades prisionais mineiras. A entidade afirma que já há registro da presença maciça de pessoas filiadas à facção carioca em presídios de Juiz de Fora (MG), na Zona da Mata, e Uberlândia (MG), no Triângulo Mineiro.

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A Operação Contenção, realizada pelas polícias civil e militar do Rio de Janeiro, deixou 119 mortos, sendo 115 civis e quatro policiais. Em entrevista ao Estado de Minas, Jean Otoni, presidente do Sindppen-MG, explicou que desde o fim da operação no estado vizinho o sindicato está preocupado com eventuais represálias e repercussões nas unidades penais. O temor aumenta, conforme o sindicalista, uma vez que não há investimento, por parte do governo de Minas Gerais, para fortalecimento da segurança pública.

“Nós sabemos que há mais de três facções no estado, sendo as maiores PCC e o Comando Vermelho. Isso acontece porque o governo de Minas abandonou a segurança pública. Com esse abandono, o crime aumenta. Nas unidades prisionais vemos que os conflitos com mortes envolvendo faccionados em Juiz de Fora, Uberlândia e Formiga”, explica o presidente do Sindppen.

A falta de realocação de recursos para valorização dos policiais penais no estado já é denunciada pela entidade sindical há alguns anos. No início de outubro, à reportagem, Jean explicou que para além da superlotação dos presídios e penitenciárias, o número do efetivo está baixo. De acordo com o presidente do Sindppen-MG, atualmente, há cerca de 16 mil policiais na ativa, mil a menos do considerado ideal.

“Existe uma desvalorização da categoria. O governador não valoriza as forças de segurança pública, principalmente a polícia penal. Nosso salário está mais de 44% defasado. Estamos mantendo a ordem e a paz sem motim e sem rebeliões, mas chega uma hora que realmente a conta chega, e agora está chegando”, afirma Otoni.

Riscos à Minas Gerais

Com a difusão do crime organizado ligado ao Comando Vermelho em Minas Gerais, há o temor que, com a megaoperação no berço da facção no Rio de Janeiro, líderes do grupo possam migrar para cidades mineiras para fugir das ofensivas. Em entrevista ao Estado de Minas, o especialista em segurança pública Luiz Flávio Sapori explica, no entanto, que a maneira com que a ação governo do Rio de Janeiro foi feita demonstra que a possibilidade de transferência das lideranças é pequena.

Para o professor, as chances são diminutas uma vez que, até então, o objetivo da operação, que já matou 64 pessoas nos complexos do Alemão e da Penha - conhecidos como o bunker do CV na capital fluminense - é de enfrentamento aos membros da facção e não retomada territorial. Sapori explica que ações semelhantes já acontecem há 40 anos na cidade, o diferencial desta é sua magnitude, tanto de presos e perdas quanto de efetivo empregado.

“Não vejo a possibilidade de lideranças do Comando Vermelho saírem da cidade do Rio de Janeiro e migrarem para cidades mineiras. Principalmente porque é improvável que o domínio da facção deixe de acontecer amanhã, ou depois de amanhã [...] Mesmo matando 70 jovens traficantes, nas próximas semanas o Comando Vermelho tem condições de recrutar novos 100”, afirma o especialista.

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Em nota, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerias (Sejusp-MG) informou que todas as forças de segurança do estado acompanham de perto, por meio dos respectivos serviços de Inteligência, os desdobramentos da Operação Contenção no Rio de Janeiro. A qualquer sinal de perigo, como casos de fugas de criminosos do estado vizinho para Minas Gerais, haverá, segundo o órgão, o acionamento das forças policiais.

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