Igor Arcanjo Mendes, de 20 anos, morreu com um tiro na cabeça disparado por um PM, em 2017, durante uma abordagem em Ouro Preto, na Região Central de Minas Gerais -  (crédito: Arquivo pessoal/Reprodução)

Igor Arcanjo Mendes, de 20 anos, morreu com um tiro na cabeça disparado por um PM, em 2017, durante uma abordagem em Ouro Preto, na Região Central de Minas Gerais

crédito: Arquivo pessoal/Reprodução

Após quase sete anos, o policial militar Ícaro José de Souza, de 36 anos, será julgado pela morte do jovem Igor Arcanjo Mendes, de 20, baleado na cabeça durante uma abordagem policial em Ouro Preto, na Região Central de Minas Gerais. A audiência, iniciada na tarde desta terça-feira (14/5), acontece no fórum da cidade.

 

A decisão será tomada por júri popular, previsto para encerrar na madrugada desta quarta (15/5). O caso aconteceu em 15 setembro de 2017, e o policial foi indiciado por homicídio no mês seguinte, depois de conclusão do inquérito da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG). Na época, a Polícia Militar (PM) alegou que o ato foi em legítima defesa.

 

De acordo com as investigações, a vítima estava em um carro, com outros quatro ocupantes, a caminho de um show, quando o veículo foi parado em uma blitz policial próximo ao Morro da Forca. Igor estava no banco da frente.

 

 

Na versão da PM, o veículo trafegava acima do limite de velocidade permitido para a via, o que levantou suspeita de irregularidades. Ao dar a ordem de parada, os policiais não teriam sido atendidos imediatamente. Já fora do carro, Igor teria feito um movimento brusco em direção ao porta-luvas, o que fez com que o comandante da equipe policial, à época com 29 anos, acreditasse que ele sacaria uma arma de fogo.

 

Em resposta, o policial disparou contra Igor, atingido na cabeça e morto no local. A versão foi contestada por familiares e amigos da vítima, que pediram a expulsão dos militares envolvidos na ocorrência.

 

Por fim, as investigações apontaram que “entre o momento da ordem de parada do carro até o instante do disparo de arma de fogo, não haveria tempo suficiente para que as pessoas abordadas descessem do veículo", afirmou a nota divulgada na época pela Polícia Civil.

 

Outros três investigados foram indiciados, em outubro de 2017, por abuso de autoridade, prevaricação e por conduzir e ouvir um menor de idade em procedimento militar sem a presença de um representante legal. A Justiça não deu detalhes sobre o andamento desses casos.