Luiz Eduardo Rodrigues ao lado da mulher, Rosiane Soares de Souza, e da filha, Stephany Soares de Souza Rodrigues -  (crédito: Arquivo pessoal)

Luiz Eduardo Rodrigues ao lado da mulher, Rosiane Soares de Souza, e da filha, Stephany Soares de Souza Rodrigues

crédito: Arquivo pessoal

Luiz Eduardo Rodrigues, de 42 anos, está desaparecido desde o dia 16 de março, quando sofreu um surto e saiu de casa sem dar explicações na Vila Barraginha, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A mulher, Rosiane Soares, busca ajuda para encontrá-lo e informa que a filha do casal, Stephany Soares de Souza Rodrigues, de 11 anos, está sofrendo com a ausência do pai.

 

“Ela está bem mal com a situação. Hoje mesmo ela não quis ir para escola. Ela era muito apegada a ele e ele também era muito apegado a ela. Os dois faziam muitas coisa juntos. Então ela está sofrendo muito com essa situação. Ela já falou que sente saudade dele e está muito triste. Eu sinto que ela está triste, mas ela não fala do assunto. Ela guarda para ela”, conta a mãe da menina.

 

Stephany Soares de Souza Rodrigues sente falta do pai, que está desaparecido há mais de um mês

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Arquivo pessoal

 

Casada há 16 anos com Luiz Eduardo, Rosiane, que é auxiliar de transporte escolar e manicure, conta que o marido passava por adversidades, como sobrecarga no trabalho e questões familiares. Em janeiro, ele chegou a ouvir de um médico clínico geral que estava com sintomas de estresse, mas não recebeu nenhum encaminhamento para o psicólogo ou psiquiatra.

 

 

A mulher conta, ainda, que no dia do desaparecimento, ele teve um surto e brigou com a família. Então, ele pulou o muro de casa por volta de 8h com a roupa do corpo, celular e carteira, mas descalço. A manicure fez uma ligação para ele por volta de 8h20, mas o homem já falava coisas sem nexo e, em uma segunda tentativa, o celular de Luiz já estava desligado. Ele foi visto mais uma vez na Cidade Industrial, em Contagem, mas está desaparecido desde então.

 

Na manhã do dia seguinte à fuga, 17 de março, a esposa realizou um boletim de ocorrência (BO) na Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG). Há duas semanas, a PC abriu as investigações para tentar localizá-lo e recomendou que ela visitasse hospitais, clínicas de saúde mental e o Instituto Médico Legal (IML), mas ela não teve retorno. Com a ajuda de conhecidos, Rosiane realiza buscas pela cidade, mas também sem sucesso.

 

“Quando a pessoa morre, a gente enterra. Você sabe que ali acabou. Você não vai ter mais a pessoa, aí você tira aquele sentimento da sua cabeça. Você consegue dar continuidade na sua vida, mas quando a pessoa desaparece, você não sabe onde a pessoa está, você não sabe o que que aconteceu, se a pessoa está comendo, se está machucada” conta.

 

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A mulher desabafa que se sente desamparada na procura pelo marido, pois parte da família do homem não se empenha para localizá-lo. Luiz Eduardo tem mais três filhos de um casamento anterior, mas nenhum deles se mobilizou para ajudar a encontrá-lo. O pai e o patrão do homem tentam ajudar de alguma forma, segundo a esposa, que se vê em constante sofrimento pela incerteza da situação.


“É uma dor terrível, porque você não consegue viver. Todo dia que você levanta é um dia de esperança que você pensa ‘hoje ele vai aparecer’. Cada ligação que você recebe, você acha que pode ser notícia da pessoa, então a gente não vive, eu ando na rua olhando para tudo para ver se eu vejo ele”, diz a manicure, que vive angustiada na espera de reencontrar o marido bem.

 

Ela faz um apelo para que, caso alguém tenha alguma informação sobre o paradeiro de Luiz, entre em contato com a família, ou com a polícia pelo telefone 0800-2828-197, ou com ele mesmo. A expectativa é que o contato de alguém conhecido que não seja da família o comova a pelo menos dar notícias de como ele está.

 

A família de Luiz Eduardo Rodrigues segue com esperança de encontrá-lo

A família de Luiz Eduardo Rodrigues segue com esperança de encontrá-lo

Arquivo pessoal

 

“Às vezes ele não quer voltar para casa, mas que ele pelo menos entre em contato com a gente para poder tirar essa angústia, porque eu não tô vivendo. Eu espero que ele seja localizado rápido para acabar com essa agonia que a gente está, porque a gente não consegue viver com isso”, diz.