Imagem retornou para a diocese de Barra do Piraí - Volta Redonda  -  (crédito:  Divulgação/ Diocese de Barra de Piraí )

Imagem de Sant’Ana Guia, datada do século XVIII, retornou para a diocese de Barra do Piraí - Volta Redonda

crédito: Divulgação/ Diocese de Barra de Piraí

Uma missa vai celebrar a volta da imagem de Sant’Ana Guia, datada do século XVIII, à Igreja Matriz de  Piraí, no interior do Rio de Janeiro, esta semana. A peça da padroeira da cidade, desaparecida desde 2007, foi resgatada em março pela polícia fluminense no acervo do Museu de Sant’Ana, em Tiradentes, no Campo das Vertentes, Minas Gerais.

O anúncio da descoberta e do retorno da peça à Diocese Barra do Piraí-Volta Redonda aconteceu nesta quinta-feira (4/4) durante uma coletiva de imprensa, na Cúria Diocesana, em Volta Redonda (RJ). O retorno da imagem para a Igreja Matriz de Piraí está marcado para o domingo, 14 de abril, durante a celebração da Santa Missa.

Coletiva de imprensa anunciou o retorno da imagem à diocese

Coletiva de imprensa anunciou o retorno da imagem à diocese

Divulgação/ Diocese de Barra de Piraí - Volta Redonda


“Estamos testemunhando um momento histórico para a nossa Diocese e, também, para a Paróquia de Sant’Ana, em Piraí. Em 2007, a imagem histórica de origem portuguesa foi furtada. Desde então, empenhamo-nos em todas as frentes para recuperá-la, registrando o furto e reconhecendo que a imagem estava tombada pelo Inepac. Estamos extremamente felizes por tê-la recuperado e devolvê-la à Igreja de Piraí, onde sempre deveria ter permanecido", comemora o bispo diocesano, dom Luiz Henrique.


Como a Diocese soube do paradeiro da imagem?


Após o furto, a Diocese registrou a ausência da peça às autoridades e o bem foi cadastrado no Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac) à espera de informações sobre o caso.


Conforme consta no boletim de ocorrência registrado no dia 16 de janeiro daquele ano, um homem havia se identificado como padre, fotografado a imagem e logo depois ido embora com a peça.


Durante a celebração anual da Festa da Padroeira na cidade, uma pesquisa na internet foi fundamental no processo de registro do paradeiro da peça sacra. Conforme informações do padre Daniel Cezar, chanceler da Diocese, a equipe organizadora estava à procura de imagens em formato digital para a produção do material da festa quando encontrou a foto da imagem no museu de Tiradentes, muito semelhante àquela furtada em 2007.

Como a imagem foi encontrada?

Com as informações, o padre Daniel Cezar e a advogada Lucila Gouveia foram à 94ª Delegacia da Polícia Civil de Piraí para relatar o caso.


O mandado de Ação de Busca e Apreensão foi expedido e o delegado responsável pela execução, José Ferreira, determinou a Diocese como fiel depositário em 7 de março deste ano.


“Com relação às investigações sobre a imagem de Sant’Ana, tão logo tivemos informação de que ela havia sido reconhecida no museu em Tiradentes, procedemos a um pedido de busca e uma comunicação com a Diocese. A Diocese, por meio de sua advogada, nos providenciou um laudo pericial em que ficou constatada a mesma imagem que foi furtada da igreja de Piraí e a imagem que estava em exposição no mencionado museu. A santa foi apreendida e depositada imediatamente na Diocese. Quanto ao desdobramento das investigações, nos reservamos, uma vez que eelas ainda estão em andamento”, relata o delegado.


O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e o Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac) confirmaram a veracidade do laudo técnico apresentado pela Diocese e a perita em artes sacras Elaine Gusmão comparou os registros históricos e os dados fornecidos pelo museu Sant’Ana. No documento, ela reforça que a imagem é a mesma furtada em Piraí, com evidências de ter passado por um processo de remoção de repinturas, recuperando a policromia original.

O que diz o Museu de Sant’Ana?

Procurado pela reportagem, o Instituto Cultural Flávio Gutierrez, responsável pelo Museu Sant’Ana, afirmou que foi surpreendido com a informação sobre a imagem furtada e que a peça já havia sido entregue à autoridade policial.


“Importante ressaltar que, antes de o museu ser inaugurado, há cerca de 10 anos, todas as peças do acervo foram submetidas a uma análise do Iphan e doadas para esta autarquia, que foi imediatamente comunicada do ocorrido”, afirma o instituto.