Fruta, conhecida pela tonalidade chamativa de cor-de-rosa, é fornecida por agricultores locais -  (crédito: Acervo pessoal Nádia Barbosa)

Fruta, conhecida pela tonalidade chamativa de cor-de-rosa, é fornecida por agricultores locais

crédito: Acervo pessoal Nádia Barbosa

A Prefeitura de São Sebastião do Oeste, na Região Centro-Oeste do estado, aderiu neste ano letivo à pitaya no cardápio das escolas de educação infantil. A fruta, conhecida pela tonalidade chamativa de cor-de-rosa, é fornecida por agricultores locais. De acordo com nutricionistas, a fruta ajuda no funcionamento intestinal e previne anemia.

A fruta já foi inclusa em dois centros municipais de educação infantil (CEMEIs) e em uma escola municipal infantil. No próximo mês, a pitaya estará disponível em toda a rede de ensino do município, promete o chefe de gabinete da Prefeitura de São Sebastião do Oeste, Vagner Silva.

Segundo o edital, serão adquiridos até 800kg da pitaya congelada e 600kg da fruta in natura por ano. A nutricionista da prefeitura, Kelly Carvalho, diz que a quantidade pode variar de acordo com a aceitação dos alunos e que, nessas duas semanas em que a pitaya esteve incluída, foram comprados 50kg.

"Fomos nas escolas e apresentamos a fruta às crianças, mostramos ela por dentro e por fora e falamos dos benefícios, 'os superpoderes' da pitaya", diz Kelly. A nutricionista afirma que, até o momento, os alunos têm aceitado bem o novo alimento. 

Segundo ela, a pitaya, por ser rica em fibras, antioxidantes, ferro, vitamina C entre outros minerais, "previne anemia, é ótima para o funcionamento intestinal e boa para pele e cabelo”.

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A escolha da fruta

Tudo começou com uma visita à propriedade dos agricultores Eliezer Oliveira e Nedina Teixeira, que produzem pitaya há cerca de quatro anos e atualmente cultivam 5 mil pés da planta em uma área de 1,5 hectare.

A visita, em dezembro de 2023, foi promovida pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG) e contou com o prefeito de São Sebastião do Oeste, Belarmino Leite (PDT),  vereadores, agricultores do município, cantineiras e nutricionistas.

“Muita gente não conhecia um pé de pitaya. Neste dia, a produtora também fez algumas receitas, como sorvete de pitaya, mousse, além da degustação in natura, para apresentar a fruta para o pessoal”, conta Nádia Barbosa, técnica da Emater.

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“Tendo em vista o cultivo em nosso município, além de fomentar a economia local através da agricultura familiar, aliado às propriedades nutricionais da pitaya, não pensamos duas vezes ao inseri-la no cardápio”, afirmou Vagner Silva, chefe de gabinete da prefeitura de São Sebastião do Oeste

Para a produtora Nedina Teixeira, a inclusão da pitaya no cardápio das escolas vai ajudar na renda.  “Nós da agricultura familiar temos mais dificuldades de colocar o produto no mercado. Colocando a fruta nas escolas, as crianças vão gostar. A fruta vai ficar mais conhecida, vai aumentar a divulgação e ajudar muito os pequenos produtores", afirma ela.

 Visita à plantação de pitayas

Ideia de incluir fruta no cardápio surgiu de uma visita técnica promovida pelo Emater

Acervo pessoal Nádia Barbosa

Prevenção de doenças 

Raquel Righi, nutricionista materno-infantil, afirma que a inclusão da pitaya no cardápio escolar pode ser a porta de entrada para uma diversidade na alimentação dos alunos nas escolas. “Para que a gente possa ter crianças com uma alimentação cada vez mais diversa, crianças menos seletivas. Nós nutricionistas temos recebido cada vez mais crianças com seletividade alimentar, com monotonia alimentar, muitas crianças com excesso de industrializados e ultraprocessados na alimentação”, diz ela.

Ela acrescenta que essa maior diversidade alimentar ajuda proporcionando um menor risco de obesidade e de doenças crônicas ao longo da vida das crianças. "Estudos recentes sugerem que a pitaya atua como prebiótico, o que significa que as fibras que essa fruta possui não são digeridas no intestino, mas sim fermentadas, o que aumenta a quantidade e a atividade das bactérias boas que fazem parte da microbiota intestinal, ao mesmo tempo que regula o crescimento de bactérias que causam danos”, conclui.

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*Estagiária sob supervisão do subeditor Fábio Corrêa