O primeiro cortejo do bloco Tchanzinho Zona Norte abriu a programação oficial do Carnaval de Belo Horizonte na manhã deste sábado (27/1). Com o tema “O Tchanzinho vai para Guarapari”, a bateria e os foliões dançaram ao som do axé, típico do bloco inspirado no “É o Tchan”, e receberam mensagens da Guarda Maria da Penha, grupo feminino da Guarda Civil Municipal de Belo Horizonte, contra o assédio. 



“Estamos esperando um encontro muito bonito no nosso bairro de origem. Uma festa divertida e animada para a bateria, ala de dança e para quem vem nos assistir”, diz Laila Heringer, produtora do bloco. 

A concentração do bloco começou às 9h na Avenida Sebastião de Brito, 118, no Bairro Jaraguá, na Região da Pampulha. Um segundo cortejo acontecerá no dia 10 de fevereiro na via sonorizada da Andradas, que garante um novo modelo para o Carnaval belo-horizontino.

“Lá, estamos esperando uma coisa mais legal ainda, com um som de muita qualidade que o Carnaval de Belo Horizonte merece. Tanto para a bateria quanto para os foliões, então, o segundo cortejo também promete”, afirma Laila.

A mudança, no entanto, não agrada todo mundo. Uma das apoiadoras mais antigas do bloco, Clarissa Ferreira Menezes, curte o desfile de hoje, mas afirma que não estará presente na Andradas.

“Este ano, vamos pegar o Tchanzinho só aqui. Não vamos na Andradas, também como forma de protesto, porque nosso Carnaval é nas ruas que a gente conhece, e não num local determinado pelo governador. Escolhi prestigiar o Tchanzinho onde ele nasceu: na Zona Norte”, conta ela, que é mãe de gêmeos de sete meses — que também já curtem a folia.

“Eles foram na barriga, não tinha como não estarem aqui também, desde pequenos”, completou ela.

O Agrupamento de Proteção à Mulher da Guarda Municipal de BH — também chamado de Guardiã Maria da Penha, deixou uma mensagem contra o assédio e importunação sexual, antes da folia começar.

A guarda Louise, integrante do agrupamento, deu exemplos claros de condutas que caracterizam crime e garantiu que o policiamento estará monitorando todo o cortejo.

“Não é não. Essa frase é simples, mas precisamos repetir até que todos entendam. Não vale beijo roubado, puxão de cabelo, sarrada, passar a mão e também não vale se masturbar em público e ejacular em outras pessoas. A roupa, o lugar ou excesso de bebida, nada disso é justificativa para violar o direito das mulheres”, detalha a guarda.

“Tudo que vier depois do não, é importunação sexual. Caso aconteça, não se calem, denunciem. Vamos constranger as pessoas que insistem em ter esse tipo de comportamento”, diz.

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