O Departamento Municipal de Água e Esgoto (DMAE) de Uberlândia, cidade do Triângulo Mineiro, investigou as denúncias de favorecimento a empresas que prestaram serviço à autarquia, ainda em 2022. A afirmação foi dada pela diretoria do departamento em entrevista coletiva depois da operação que o Ministério Público de Minas Gerais deflagrou na terça-feira (16/1) para cumprimento de mandados de busca e apreensão.

A investigação da promotoria aponta para uma suposta organização criminosa responsável pelo favorecimento indevido a empresas privadas por parte de agentes públicos vinculados ao DMAE, inclusive por meio de fraudes em licitações.





Contudo, segundo o diretor geral da autarquia, Renato Rezende, a suspeita do próprio departamento foi levantada há dois anos. O objetivo era apurar a desconfiança de que servidores envolvidos nas licitações pudessem ter passado informações privilegiadas para uma empresa que prestava o serviço de mão-de-obra em estruturas hidráulicas.

“O processo administrativo foi feito para analisar um critério de medição de contrato. Ele foi concluído na autarquia, sendo submetido para o Ministério Público. E a gente viu que a ação está correlata a essa investigação”, disse Rezende.

Caso novos fatos venham a ser apontados, o diretor não descarta a possiblidade de reabrir as investigações. “Primeira determinação nossa: usar as instâncias ativas, como comissão de ética e combate a atos ilícitos, além de reportar à prefeitura e temos auditorias. O segundo processo é uma sindicância de fatos novos. Assim que tivemos ciência, determinamos à procuradoria para reportar eventuais envolvidos”, afirmou.

Servidores investigados ainda seguem trabalhando no órgão, que aguarda o fim de apurações do MP para determinar possíveis afastamentos de funções.

Trama Fluida

A operação Trama Fluida investiga crimes como associação criminosa, frustração do caráter competitivo de licitação, corrupção e lavagem de dinheiro.

Foram cumpridos nove mandados de busca e apreensão, sendo sete em endereços de Uberlândia e dois na cidade de Catalão, em Goiás.

As apurações correm sob sigilo.

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