Centros de saúde estão lotando com o atendimento a casos de dengue -  (crédito: Tulio Santos/EM/D.A. Press)

Centros de saúde estão lotando com o atendimento a casos de dengue

crédito: Tulio Santos/EM/D.A. Press

Os casos de dengue têm crescido nas últimas semanas em Belo Horizonte. Com o objetivo de ampliar o atendimento à população, a Prefeitura de BH (PBH) decidiu abrir cinco centros de saúde da capital no fim de semana, para atender, prioritariamente, pessoas com sintomas de dengue, chikungunya e zika. A PBH informou que foram 759 atendimentos, nas unidades do Barreiro, Leste, Norte, Oeste e Venda Nova.

 

Segundo o último balanço divulgado na sexta-feira (26/1), são 665 casos confirmados para a doença. Outros 4.083 casos notificados estão pendentes de confirmação. Além disso, 420 foram investigados e descartados 420 casos, até 25 de janeiro.

 

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A reportagem percorreu alguns centros de saúde e unidades de pronto atendimento da capital. A UPA Leste, na Avenida dos Andradas, 7260 estava lotada. Muitas pessoas aguardavam atendimento, entre elas a jovem aprendiz, Sara Lopes, de 17 anos, moradora do Bairro Alto Vera Cruz.

 

Ela estava acompanhada da mãe e disse que chegaram à unidade de saúde às 11h. Porém, até as 15h ainda não tinha recebido atendimento. As duas reclamam da demora no atendimento. "Na hora de chamar para a classificação de risco, não olharam a saturação e a pressão”, afirma a jovem.

Sara conta que na semana passada procurou atendimento na mesma UPA, com os mesmos sintomas. “Dor de cabeça e atrás dos olhos, dificuldade andar, vômito e diarreia. O médico falou para eu retornar na segunda-feira, último dia do meu atestado, para fazer os exames. Ele disse que não podia me deixar aqui esperando por medo de eu pegar dengue”, lembra.

A jovem diz que estava retornando nesta segunda-feira (29/1) ainda pior e com mais dores. O primeiro atendimento foi feito na quarta-feira da semana passada, mas ela não foi submetida a nenhum exame. De acordo com Sara, o médico teria apenas receitado soro, analgésico e repouso.

 

Ela conta que começou a sentir os sintomas na terça-feira passada, quando se sentiu mal no trabalho. A jovem teve febre alta na madrugada. Como a febre persistiu na manhã do dia seguinte, decidiu procurar atendimento médico na unidade. Sara revela ainda que um primo também teve sintomas da doença na semana passada.

 

Outro que aguardava por atendimento no local era o frentista Fernando Luiz, de 36 anos, morador do bairro General Carneiro, em Sabará, na Grande BH. Disse que chegou à unidade de saúde ao meio-dia. "Já passei pela triagem e agora estou esperando o médico. Comecei a sentir os sintomas essa noite, de madrugada. Febre, dor de cabeça, no corpo, nas juntas e diarreia”, lista.

 

Ele diz que nunca teve dengue nem sentiu nada parecido com os sintomas. O frentista é outro que tem casos confirmados na família. A sobrinha dele foi diagnosticada com a doença na semana passada. Segundo Luiz, em seu bairro, muitas pessoas tiveram dengue nas últimas semanas.

 

O frentista, Fernando Luiz

O frentista, Fernando Luiz

Tulio Santos/EM/D.A. Press

A reportagem entrou em contato com a PBH para saber sobre o atendimento na UPA Leste. Confira a nota enviada abaixo.

 

"A Prefeitura de Belo Horizonte informa que nesta segunda-feira, 29, a unidade conta com equipe médica completa, com 11 profissionais para o atendimento da população. Das 7h às 18h a unidade realizou 296 atendimentos, sendo 236 classificados como casos leves.

A PBH esclarece ainda que, diante do aumento de casos de dengue e outras arboviroses no município, estruturou os serviços de saúde para garantir a assistência necessária aos usuários com sintomas como febre, dor de cabeça, dores no corpo e manchas na pele.

É importante lembrar que, por ser uma unidade de urgência, a unidade utiliza o Protocolo de Manchester para classificação de risco, priorizando o atendimento a pacientes mais graves e de maior complexidade, o que pode impactar no tempo de espera dos pacientes menos graves, classificados como verde.

Para ampliar o acesso e garantir a assistência da população, os centros de saúde funcionam diariamente, por 12h, e são equipamentos preparados e com profissionais capacitados para garantir a assistência. Cabe destacar que a orientação é que pacientes com sintomas de dengue e outras arboviroses procurem, preferencialmente, essas unidades."