O fiel também disse que logo quando o teto caiu, já começaram os gritos e uma sujeira muito grande vinda do forro de PVC e das telhas -  (crédito: Arquivo Pessoal/Joaquim Pereira)

O fiel também disse que logo quando o teto caiu, já começaram os gritos e uma sujeira muito grande vinda do forro de PVC e das telhas

crédito: Arquivo Pessoal/Joaquim Pereira

Os fiéis da Paróquia Sant’Ana e São Joaquim, em Montezuma, no Norte de Minas Gerais, viveram momentos de tensão e desespero na noite dessa quinta-feira (21/12), quando parte do teto da igreja desabou durante a celebração de uma missa.

 

“Eu estava dentro da igreja, perto da parede, junto com minha esposa. Tudo aconteceu em um momento de muita movimentação, porque além de uma missa, era um momento de primeira eucaristia. A igreja lotada e em um passe de mágica aconteceu. Eu estou em estado de choque até agora, parecia que o mundo ia acabar. Um estrondo gigantesco”, contou o fiel João Batista, de 59 anos.

 

 

Ele também disse que, logo quando o teto caiu, já começaram os gritos e uma sujeira muito grande vinda do forro de PVC e das telhas caiu sobre as pessoas. João relatou que teve sua visão muito dificultada e tentou proteger sua esposa e escapar dessa situação.

 

“Foi tudo muito rápido. Eu tentei proteger ela [a esposa]. Foi um cenário de guerra, porque não desceu só o forro, desceram as madeiras todas, as telhas. Como eu estava próximo da parede, o meu medo também foi que a parede também descesse”, completou.

 

 

Jaqueline Alves, de 35 anos, que mora na cidade, esteve pouco tempo depois da queda na igreja e definiu que a situação foi “muito assustadora”. Ela ainda relatou à reportagem que viu muitas pessoas “sujas com sangue” e “crianças chorando muito”.

 

O que diz a Defesa Civil de Montezuma

 

A reportagem do Estado de Minas também conversou com o Coordenador da Defesa Civil de Montezuma, Joaquim Pereira, que deu alguns detalhes sobre o trabalho do órgão, que ocorreu em conjunto com os bombeiros.

 

“Nós isolamos toda a área da igreja, tiramos os pertences dos fiéis e agora vamos esperar uma estiada, porque está chovendo muito na região, para poder tirar a cobertura que ficou”, disse.

 

Quanto às causas da queda do teto da igreja, o coordenador explicou que o volume de chuvas registrado nos últimos dois dias na cidade foi bastante elevado. Ele contou que foram cerca de 200 milímetros de precipitação nesse breve período.

 

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“O madeiramento da igreja é um pouco antigo e, com a chuva, as telhas encharcaram e veio a acontecer o fato. A princípio, o que foi constatado pela Defesa Civil é que as madeiras estavam encobertas por causa do forro que tinha na igreja. Quem via de fora a igreja, parecia tudo normal, mas por dentro lá, só Deus sabia como que estava”, acrescentou.

 

Joaquim ainda informou que a igreja está interditada e que aguarda recursos para auxiliar na retirada dos materiais que restaram. Ele ainda ressaltou que apenas o teto da igreja ficou comprometido, as paredes e outras partes do imóvel não apresentaram risco.

 

Estado de saúde das vítimas

 

De acordo com um balanço divulgado na manhã desta sexta-feira (22/12) pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que ajudou na prestação de socorro às vítimas, 38 pessoas foram encaminhadas para o hospital de Montezuma com “ferimentos importantes”. Oito delas, em estado grave, foram encaminhadas para o Hospital Regional de Janaúba.

 

No entanto, já no fim da tarde de sexta, de acordo com o Coordenador de Atenção Primária da Secretaria Municipal de Saúde, Paulo Henrique Ramos, ainda estavam internadas três vítimas desse acidente. São elas: Melissa Sales Gomes, de 7 anos; Olaci dos Santos Cordeiro, de 50 anos e Elza Borborema, de 72 anos. Todos os pacientes estão em quadro de saúde estável.