Incendio no Residencial Vila Rica, na Rua Alvarenga Peixoto, no Lourdes. -  (crédito: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press. Belo Horizonte-MG.)

Incendio no Residencial Vila Rica, na Rua Alvarenga Peixoto, no Lourdes.

crédito: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press. Belo Horizonte-MG.

Os moradores do número 711 da Rua Alvarenga Peixoto, no Bairro de Lourdes, Região Centro-Sul de Belo Horizonte, tiveram um grande susto na noite dessa terça-feira (5/12). Por volta das 23h, o Corpo de Bombeiros (CBMMG) foi acionado depois que um apartamento localizado no terceiro andar foi atingido por um incêndio de grandes proporções. Pelo menos 15 pessoas ficaram feridas.

 

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A equipe do Estado de Minas esteve no local na tarde desta quarta-feira (6/12) e constatou um forte cheiro de fumaça e queimado que ainda persiste no local. O edifício, que fica ao lado de prédios comerciais, está localizado em uma área calma e que possui diversos casarões antigos.

 

O aviador Sérgio Malagoli, de 39 anos, mora no prédio com a esposa, o filho e a mãe, e chegava do trabalho quando recebeu uma ligação avisando sobre o fogo. Ele conta: “Minha mulher me ligou e falou: ‘Nosso prédio está pegando fogo, eu tô descendo’. Quando eu cheguei aqui, já tinha muita gente na rua, além da polícia e dos bombeiros”. Ainda conforme o morador, o susto foi grande porque era possível ver as altas chamas pela lateral do prédio e muitas pessoas que não estavam conseguindo descer tiveram que ser resgatadas pelo Corpo de Bombeiros.

 

 

“Dava para ouvir o barulho dos vidros quebrando. Se minha esposa tivesse demorado 15 minutos para descer ela tinha ficado presa, igual aconteceu com outras pessoas. É um prédio que tem muitos idosos, então isso foi complicado também”, conta. Sérgio diz que o desespero ao se deparar com a cena foi enorme, já que ele e a família moram no 15º andar, o último do edifício. “Todo mundo desceu com a roupa do corpo mas, infelizmente, teve um senhor mais idoso que acabou desmaiando e outras pessoas que foram encaminhadas para o hospital”, lamenta.

 

A moradora Maria Cláudia Campos, de 60 anos, também viveu momentos desesperadores, já que mora no quarto andar, um acima do que pegou fogo. “Eram 23h e eu ainda não tinha dormido. A primeira coisa que eu ouvi foram vidros quebrando, achei que era briga, até pensei: ‘Não é possível, estão quebrando a casa inteira’”, conta. Foi só depois de colocar a cabeça na janela que a dentista se deparou com diversas pessoas na rua gritando sobre o incêndio e pedindo para ela descer.

 

 

 Incêndio no Residencial Vila Rica, na Rua Alvarenga Peixoto, no Lourdes. Na foto, Maria Cláudia Campos Reis de 60 anos, dentista e moradora do local.

Incêndio no Residencial Vila Rica, na Rua Alvarenga Peixoto, no Lourdes. Na foto, Maria Cláudia Campos Reis de 60 anos, dentista e moradora do local.

Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press. Belo Horizonte-MG.

 

“É desesperador, você não pega nada, simplesmente do jeito que você está, você desce, ficamos eu e ele (o filho) aqui embaixo esperando a ação do Corpo de Bombeiros”, conta. O andar de Maria Cláudia ficou interditado, mas os militares permitiram que alguns moradores entrassem para pegar pertences pessoais. Maria Cláudia conta que não percebeu nenhum dano ao apartamento, mas teve que dormir fora de casa com o filho. “Foi uma tragédia, muito triste mesmo, porque algumas pessoas se feriram, inalaram fumaça, o problema não é o fogo, é a fumaça”, aponta.

 

A moradora explicou que as informações que recebeu dão conta de que o culpado pelo incêndio foi um abajur, que caiu em cima de uma cama no terceiro andar do prédio e iniciou o fogo. Ela explica que uma família com duas filhas mora no apartamento onde o incêndio começou. “Os bombeiros e a polícia fizeram um trabalho exemplar pensando nas pessoas que estavam presas. Tinha muita gente gritando lá de cima pedindo para salvar. A gente ficou com medo das pessoas pularem, tivemos que ficar aqui embaixo pedindo para manter a calma", lembra.

 

A instrução foi que os moradores permanecessem nas janelas para serem resgatados e evitarem a inalação da fumaça. Maria Cláudia acrescenta: “A gente pensa que não acontece com a gente, mas acontece sim”.

 

Oficialmente ainda não é possível afirmar o que provocou as chamas. A Defesa Civil realizou vistoria no prédio e não constatou riscos estruturais no imóvel.

 

No apartamento 303, onde começou o incêndio, as chamas atingiram todos os cômodos. O imóvel foi interditado por risco de queda de material e condições insalubres, com muita fumaça e fuligem.

 

As chamas atingiram a porta de entrada do apartamento 304, que foi interditado preventivamente por condições insalubres. Os apartamentos 403 e 404 também foram interditados preventivamente pelo mesmo motivo.

 

O salão de festa do prédio foi interditado parcialmente por risco de queda de material. 

 

Todos os responsáveis foram orientados a manter o isolamento e a providenciar medidas de recuperação das áreas afetadas.