Polícia Civil deu detalhes da investigação em coletiva de imprensa -  (crédito: Divulgação/ PCMG)

Polícia Civil deu detalhes da investigação em coletiva de imprensa

crédito: Divulgação/ PCMG

Duas pessoas foram indiciadas pela morte de um recém-nascido, em 2018. O bebê foi encontrado numa bolsa, jogado em um córrego de Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A investigação foi concluída e divulgada pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) nesta quinta-feira (30/11).

Os suspeitos são os pais da criança. Na época, a mulher tinha 19 anos, e o homem, 24. Eles foram indiciados por tentativa de aborto e infanticídio, seis anos após o início das investigações. Segundo o delegado titular da Delegacia Especializada em Homicídios de Betim, Otávio Luiz de Carvalho, foi necessário um pedido de busca na casa da mulher, autorizado pela Justiça, para conseguir material genético suficiente e cruzar com o DNA do bebê.

“Após uma pessoa encontrar o bebê no córrego, a PCMG procurou pela mãe em unidades médicas de Betim. No mesmo dia, foi encontrada uma mulher, de 19 anos, que passou por curetagem e ficou internada”, disse.

Curetagem é um procedimento médico recomendado para remover qualquer tipo de tecido do útero. A mulher foi chamada para prestar depoimento e negou ter feito um aborto. Ela informou à polícia que soube da gravidez havia menos de seis meses e, na noite anterior ao procedimento hospitalar, foi a uma festa e acordou com sangramento. O pai também foi localizado e negou crimes.

Mesmo que ambos tivessem negado, a irmã da suspeita informou aos investigadores que o homem comprou um remédio abortivo, que a mulher tomou e teria causado o aborto. A mãe da criança também estaria com medo de o ex-namorado descobrir a gravidez, já que ele a perseguia desde o fim do relacionamento.

Devido a essa declaração, a polícia pediu material genético da mulher para comparação com o bebê, mas ela negou o fornecimento. Por isso, foi necessário um pedido de busca e apreensão na casa dela. A autorização foi dada somente neste ano, após terem sido recolhidas escovas de dente, cabelo, roupas íntimas e chinelos. O exame constatou que mulher era a mãe do bebê.

O laudo de necropsia mostrou que o bebê nasceu vivo, portanto, a morte não foi provocada pelo remédio abortivo. Ainda segundo o delegado, a recém-nascida teve traumatismo cranioencefálico por ter sido jogada no córrego.

Ambos não foram presos devido ao tempo que crime aconteceu, mas aguardam a decisão da Justiça.