Assistente virtual para auxiliar no combate à violência contra mulher no município de Itabira, na Região Central de Minas Gerais foi lançada nesta sexta-feira (24/11)  -  (crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Assistente virtual para auxiliar no combate à violência contra mulher no município de Itabira, na Região Central de Minas Gerais foi lançada nesta sexta-feira (24/11)

crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A Polícia Civil de Minas Civil (PCMG) anunciou nesta sexta-feira (24/11) o lançamento de uma assistente virtual para auxiliar no combate à violência contra mulher no município de Itabira, na Região Central de Minas Gerais. Intitulado “Chame a Frida”, o projeto disponibiliza o número (31) 99398-6100, onde, via mensagens por WhatsApp, as vítimas podem buscar atendimento.

Em comunicado, a PCMG disse que a atendente virtual foi criada em 2020, na cidade de Manhuaçu, e hoje está presente em “diversos municípios” mineiros.

A iniciativa trata-se de um chatbot que consiste em um banco de dados programado para responder a comandos que a vítima digita na tela de conversa. Entre os serviços estão informações sobre medidas protetivas, a Lei Maria da Penha e os procedimentos a serem realizados em casos de agressão.

“A atendente virtual ainda pode fazer uma avaliação preliminar do risco, direcionar ou acionar a polícia, além de apresentar serviços disponíveis”, dia a polícia em comunicado.

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Minas no mapa da violência

O Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado em julho deste ano, coloca Minas Gerais como o terceiro estado com mais ligações pedindo socorro por violência doméstica no Brasil em 2022. No ano passado foram 31.908 chamadas para o 190 contra 25.156, em 2021.

Em entrevista ao Estado de Minas, a professora do Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG) e pesquisadora do Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública (Crisp) da UFMG, Luana Hordones, avaliou, na ocasião, que o aumento da violência doméstica pode estar ligado à expansão do discurso de ódio contra diversas minorias.

“As mulheres são muito vulneráveis a esse discurso de ódio violento que teve uma expansão nos últimos anos no Brasil, especialmente no ano passado por causa das eleições. Um ano eleitoral que teve esse discurso como instrumento político. A expansão desse discurso afetou tanto essas mulheres como outras minorias. Além da misoginia, que já é um traço da nossa cultura, os números refletem esse discurso como instrumento político-social nesse momento, no Brasil”, afirma.