Dinai Alves Gomes recebeu a sentença nesta sexta-feira (24/11) durante sessão do Tribunal do Júri na 3ª Vara Federal Criminal de BH -  (crédito: Redes sociais/Reprodução)

Dinai Alves Gomes recebeu a sentença nesta sexta-feira (24/11) durante sessão do Tribunal do Júri na 3ª Vara Federal Criminal de BH

crédito: Redes sociais/Reprodução

O pedreiro Dinai Alves Gomes foi condenado a 36 anos e 10 meses de prisão pelos homicídios das irmãs mineiras Michele Santana Ferreira, de 28 anos, Lidiana Neves Santana, de 16, e da amiga delas Thayane Milla Mendes Dias, de 21, em Portugal. A decisão, conforme consta em ata de julgamento, foi proferida às 4h desta sexta-feira (24/11) durante sessão do Tribunal do Júri na 3ª Vara Federal Criminal da Subseção Judiciária de Belo Horizonte.

Conforme narra a denúncia do Ministério Público mineiro, o crime aconteceu na manhã de 1º de fevereiro de 2016 em Tires, distrito de Cascais no país europeu. No mesmo mês, Dinai retornou ao Brasil. O crime só foi descoberto em 23 de agosto daquele ano, quando os corpos das três foram encontrados em uma fossa séptica dentro de um hotel para cães e gatos em Lisboa, local onde Dinai trabalhava. Ele acabou preso no mês seguinte, em 5 de setembro. À Polícia Federal, o homem não confessou o crime.

À época, a PF brasileira recebeu comunicado das autoridades portuguesas sobre o encontro dos corpos. Mandados de prisão temporária, busca e apreensão, além de condução coercitiva, foram expedidos pela Justiça Federal de Belo Horizonte e cumpridos na casa de Dinai.

No início de 2017, o Ministério Público Federal (MPF) apresentou a denúncia contra o pedreiro por triplo feminicídio, tripla ocultação de cadáver e roubo. O homem, que tinha uma mulher e filha no Brasil, mantinha relacionamento extraconjugal com uma das vítimas, a irmã mais velha, Michele. Ele, inclusive, ameaçou a mulher de morte caso ficasse grávida, o que, supostamente, acabou acontecendo, pois ela mandou uma mensagem para a mãe relatando que esperava um filho dele. A gravidez, no entanto, não ficou comprovada em decorrência do “avançado estado de putrefação do corpo”, segundo o MP.

O dia do crime

A irmã de Michele, Lidiana, foi para Portugal em novembro de 2015 para morar com ela. Dias depois, as duas se mudaram para a casa de Dinai. Em janeiro de 2016, Thayane, a amiga delas, chegou ao país. No entanto, dias depois, a esposa de Dinai comunicou que estava indo a Portugal encontrá-lo. Então, após Michele sair para o trabalho, o homem aproveitou para matar Thayane e Lidiana. À noite, Dinai buscou Michele no trabalho, em Lisboa, e a levou a Tires, onde também a assassinou.

“Após a ocultação dos três cadáveres, Dinai teve o cuidado de elevar a boia que controlava o nível da água, a fim de que a fossa ficasse quase cheia, bem como cortou o fio elétrico do alarme de aviso do nível da água e recolocou a proteção metálica sobre a fossa, tudo com a finalidade de garantir que os corpos não fossem descobertos", diz a denúncia.

Além disso, as investigações apontaram que Michele já tinha sido vítima de outro crime em que Dinai era o responsável. Em outubro de 2015, a garota foi atacada por traz por um assaltante. Ela acabou agredida com socos e teve o celular roubado.