Santuário do Caraça, do século 18, é um tesouro cultural da região que reúne as três cidades: arquivo histórico e geográfico deverá servir de ponte para produção de conhecimento -  (crédito: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press-  22/9/21)

Santuário do Caraça, do século 18, é um tesouro cultural da região que reúne as três cidades: arquivo histórico e geográfico deverá servir de ponte para produção de conhecimento

crédito: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press- 22/9/21

Uma das regiões mais ricas em cultura de Minas Gerais, localizada no entorno do Santuário do Caraça, monumento do século 18, quer guardar, com zelo e técnica, os documentos que valorizam sua história. Para preservar a memória, Barão de Cocais, Santa Bárbara e Catas Altas planejam a criação de um arquivo histórico e geográfico, em caráter regional, que, além de juntar passado e presente, possa reunir pesquisadores e despertar a população dos três municípios para mais conhecimento.

Entusiasta da iniciativa, o mestre em história cultural e vereador Rafael Augusto Gomes, de Barão de Cocais, explica que há, no seu município, a carência de uma instituição que represente um elo com Santa Bárbara e Catas Altas para preservar e publicar estudos e firmar a identidade histórica. “Estamos estruturando o arquivo para apresentar aos conselhos municipais do patrimônio histórico e cultural das três cidades”, conta Rafael.

Rafael Augusto ressalta a importância, para a região, do Santuário do Caraça (de 1774), que foi colégio de 1820 a 1968, e do patrimônio cultural valioso, com obras de grandes mestres, entre eles Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho (1738-1814), no Santuário São João Batista.

A iniciativa conjunta surge no momento em que o centenário Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais (IHGMG) faz o cadastramento, no estado, de todas as instituições que trabalham no setor. “A criação de um banco de dados consolidado poderá estreitar os laços entre os arquivos, proporcionando uma visão abrangente das atividades em Minas”, diz o associado do IHGMG, Moisés Mota da Silva.

Com o cadastramento, será possível saber o número de arquivos existentes em Minas e até mesmo sobre o potencial de cada um. Com o serviço em andamento, já enviaram informações os arquivos de Congonhas, na Região Central de Minas, e de Ritápolis, no Campo das Vertentes. “A história e a diversidade geográfica de Minas seguem protegidas nos institutos históricos e geográficos presentes nas nossas cidades. Essas instituições desempenham papel essencial na preservação e promoção do patrimônio cultural e natural do estado, sendo fundamentais para a compreensão da identidade mineira”, destaca Moisés.

Multiplicidade

Os institutos incluem áreas do conhecimento além de história e geografia, como cultura, educação, patrimônio, pesquisa e meio ambiente. Moisés lembra que cada instituto contribui para a preservação da memória local, promovendo estudos, projetos educacionais e a valorização do patrimônio material e imaterial.

Em nota, o IHGMG informa que a atuação conjunta das instituições enriquece o entendimento da história mineira e fomenta o desenvolvimento cultural e educacional das comunidades. Projetos de pesquisa, eventos culturais e a preservação de tradições tornam-se mais acessíveis e impactantes quando compartilhados entre as entidades congêneres.“Ao cadastrar esses institutos no banco de dados, não apenas fortalecemos os laços entre eles, mas também criamos uma base para futuras colaborações. A troca de experiências, o apoio mútuo em projetos e a divulgação conjunta para a imprensa mineira consolidam uma rede de instituições comprometidas com o enriquecimento cultural e histórico de Minas Gerais”, diz o associado. Os interessados podem entrar em contato com o IHGMG no site ihgmg.org.