Calor deve permanecer até o final da semana em BH. -  (crédito: Tulio Santos/EM/D.A.Press)

Calor deve permanecer até o final da semana em BH.

crédito: Tulio Santos/EM/D.A.Press

Além das altas temperaturas trazidas pela onda de calor que atinge quase todo território brasileiro, a sensação térmica tem aumentado o desconforto com o calorão em diversas regiões do Brasil. É o caso de Guaratiba, na zona oeste do Rio de Janeiro, que impressionou pelo segundo dia consecutivo ao registrar a sensação térmica de 58,5°C na manhã desta terça-feira (14/11), segundo o sistema Alerta Rio.

O que mais chama a atenção é a diferença em relação aos termômetros de rua que, no mesmo período, marcaram 35,5 °C. Para entender esse contraste grande entre a temperatura real e a sensação térmica, o Estado de Minas conversou com uma especialista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

De acordo com a meteorologista Nayane Araújo, o cálculo da sensação térmica leva em consideração, além da temperatura do ar, os índices de umidade e os ventos responsáveis por impactar na percepção corporal.

“Por exemplo, se está ventando muito, vai parecer que está mais frio do que, na verdade, está, e se está muito úmido, a sensação que a maioria das pessoas vai ter é de um tempo mais abafado”, explica. Ou seja, quando o calor parece mais alto do que marcam os termômetros, pode significar que a umidade relativa do ar no dia está alta.

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No caso de Guaratiba, a meteorologista Christiane Nascimento, do serviço municipal Alerta Rio, explicou em entrevista à Agência Brasil que o bairro carioca reúne condições específicas que fazem a sensação térmica ser muito mais alta que a temperatura do ar.

“Guaratiba fica em uma região que está mais sob o efeito de ventos do quadrante norte, que são ventos mais quentes. Isso faz com que a temperatura do ar fique um pouco mais alta. E ela também está próxima de um corpo hídrico, a Baía de Sepetiba, o que aumenta a umidade relativa do ar no seu entorno. Então, a gente tem, assim, a sensação térmica do ar nessa região um pouco mais alta do que as outras”, explica Christiane.

Apesar desses índices servirem de guia para entender como o calor pode ser sentido pela maioria da população, Nayane explica que a sensação térmica é algo complexo de ser medido e também não pode ser considerado um valor exato.

“É algo que utiliza diversas estatísticas e medidas além de ser bem particular. Se uma pessoa é mais calorenta, ela vai sentir mais calor independente de quanto está dando a sensação térmica”, afirma. A meteorologista destaca que a medição feita em Guaratiba não foi feita pelo Inmet, que disponibiliza a sensação térmica de cada estação meteorológica através do site portal.inmet.gov.br.

Calor em Belo Horizonte

Apesar da sensação térmica em BH não ser tão alta quanto a de Guaratiba, o calor tem castigado os belo-horizontinos nesta terça-feira (14/11). Pelo terceiro dia consecutivo, a capital mineira registrou recorde de temperatura para o mês de novembro, quando a Estação Meteorológica da Pampulha do Inmet marcou 37,9°C entre 14h e 15h. No mesmo período, a sensação térmica foi de 36,7°C com umidade de 20%.

De acordo com o Instituto, 37,9°C é a maior temperatura registrada na capital para o mês de novembro, superando os recordes batidos no domingo (12/11) e segunda (13/11). O último recorde tinha sido no dia 5 de novembro de 2015, quando os termômetros indicaram 36°C. O dia mais quente de da história de BH permanece sendo 25 de setembro de 2023, quando a máxima foi de 38,6 °C.

De acordo com Nayane, o calor não deve dar trégua. Apesar da previsão de pancada de chuva para os próximos dias, o tempo quente deve continuar. “A chuva deve ser passageira, mas não vai refrescar, podendo contribuir para a sensação de abafamento”, explica. Nesta sexta-feira, a previsão de máxima é de 37°C e a mínima é de 24°C, sem previsão de chuva.

De acordo com a Defesa Civil, uma massa de ar seco e quente provoca a onda de calor, baixa umidade e temperaturas superiores a 32°C no período da tarde.

*Com informações da Agência Brasil