O sono é um dos pilares mais negligenciados da saúde mental e física, segundo o neurocientista Eslen Delanogare. Com mais de 666 mil seguidores no TikTok, ele levanta um tema urgente: a privação de sono pode estar destruindo sua capacidade de raciocinar, manter o foco e tomar boas decisões – e o pior, sem você notar. Em uma de suas falas mais contundentes, Eslen baseia-se em estudos do renomado pesquisador Matthew Walker, autor do livro “Por que Nós Dormimos”, para explicar o impacto profundo de noites mal dormidas.
Segundo Walker, perder horas de sono prejudica funções cognitivas essenciais e desequilibra o comportamento. Um estudo citado por Eslen, publicado na revista científica “Sleep”, mostra que mesmo quem dorme 6 horas por noite já apresenta piora significativa no desempenho cognitivo – mas acredita estar bem. A seguir, entenda por que dormir mal pode estar sabotando sua rotina e o que fazer para evitar isso.
Por que dormir pouco afeta tanto o nosso comportamento?
De acordo com Eslen, a privação de sono interfere diretamente em funções comportamentais como impulsividade, força de vontade, atenção e memória. Isso significa que dormir mal te torna mais propenso a fugir da dieta, faltar no treino e perder a paciência com facilidade – mesmo que você não perceba.
No estudo citado, os participantes foram divididos em quatro grupos: um dormia 8 horas por noite, outro dormia 6 horas, outro 4 horas e o último grupo passava a noite em claro. Após alguns dias, os grupos foram testados em tarefas de memória, coordenação e raciocínio. O resultado? Desempenho drasticamente pior nos grupos com menos horas de sono – inclusive o grupo de 6 horas, que alegava estar se sentindo bem. A desconexão entre percepção e realidade é alarmante.
Como saber se o meu sono está realmente ruim?
Um dos maiores perigos do déficit de sono é a ilusão de bem-estar. Eslen alerta que muitas pessoas acreditam estar dormindo o suficiente, quando na verdade estão sofrendo com efeitos negativos acumulados – como dificuldade de foco, estresse e lentidão mental.

O problema é que nosso corpo se adapta ao cansaço e passa a considerá-lo o novo normal. Por isso, mesmo dormindo mal por meses, muitos não percebem o impacto real até sofrerem consequências mais graves, como burnout, crises de ansiedade ou queda na produtividade. A única forma de saber com segurança é monitorar a qualidade e a duração do sono diariamente.
Quais são os sinais de alerta para quem dorme pouco e acha que está tudo bem?
Pessoas que dormem pouco costumam apresentar sinais sutis que passam despercebidos: dificuldade de concentração, irritabilidade, lapsos de memória, cansaço ao longo do dia e até piora na imunidade. Além disso, estudos indicam que a privação de sono pode levar ao aumento da ingestão calórica e ao ganho de peso, por alterar os hormônios da saciedade.
Mesmo sem sentir sonolência, seu cérebro pode estar operando em modo de economia, com menor capacidade de raciocinar ou reagir. Eslen reforça que o sono é o momento em que o corpo realiza funções de reparo profundo, regula o humor e fortalece as conexões neurais.
Existe uma quantidade ideal de horas de sono?
A recomendação geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) é de 7 a 9 horas de sono por noite para adultos. Eslen defende que, na dúvida, é melhor pecar pelo excesso do que pela falta. O ideal é encontrar a quantidade de horas que faz você acordar disposto e manter boa energia durante o dia – sem recorrer a estimulantes como cafeína para funcionar.
Privação de sono é um problema sério, mas silencioso. O alerta de Eslen Delanogare reforça a importância de levar o sono a sério como parte da sua estratégia de saúde mental, produtividade e qualidade de vida.
Onde buscar mais informações sobre sono saudável?
- Organização Mundial da Saúde (OMS): https://www.who.int
- Sleep Foundation: https://www.sleepfoundation.org
- Associação Brasileira do Sono: https://absono.com.br