O STJ decidiu no Tema 1150 que o Banco do Brasil é responsável por falhas na gestão do PASEP, como saques indevidos e correção errada. Servidores e herdeiros podem pedir indenização mediante comprovação, com ações na Justiça Estadual.
Uma decisão definitiva do STJ mudou o destino do dinheiro do PASEP de milhões de brasileiros. O entendimento reconhece falhas graves do Banco do Brasil e abre caminho para indenizações altas, inclusive para herdeiros, desde que alguns critérios sejam cumpridos.
O que o Tema 1150 do STJ decidiu sobre o PASEP?
O Tema 1150 do STJ encerrou anos de disputas judiciais ao fixar que o Banco do Brasil é responsável por erros na gestão das contas do PASEP, incluindo saques indevidos e aplicação incorreta da correção monetária.
A decisão tem trânsito em julgado, o que significa que não cabe mais recurso. O entendimento vale para todo o país e obriga o banco a indenizar os titulares prejudicados sempre que o prejuízo for comprovado.
Confira no vídeo compartilhado pelo canal do YouTube VALTER DOS SANTOS mais informações sobre a indenização decidida pelo STJ.
Quem tem direito a receber os valores do PASEP?
O direito ao resgate não se aplica a todos os trabalhadores. A decisão beneficia um grupo específico vinculado ao serviço público e a estatais, respeitando critérios objetivos definidos pelo STJ. Estão incluídos os perfis descritos a seguir.
- Critério temporal: ingresso no serviço público ou estatal antes de outubro de 1988.
- Público beneficiado: servidores civis, militares e funcionários de empresas estatais.
- Herdeiros legais: dependentes podem requerer valores se o titular faleceu.
Por que esse dinheiro do PASEP ficou retido por décadas?
Antes da Constituição de 1988, o PASEP funcionava como poupança individual. Os depósitos feitos pelo empregador deveriam render juros e correção monetária sob administração do Banco do Brasil, algo que não ocorreu corretamente.
Auditorias e ações judiciais apontaram erros nos cálculos e até retiradas não autorizadas. Ao longo dos anos, essas falhas reduziram drasticamente o patrimônio dos trabalhadores, gerando prejuízos que hoje são objeto de indenização.

Como funciona o passo a passo para entrar com a ação?
Para recuperar os valores, o trabalhador precisa seguir um roteiro técnico e organizado. Sem provas documentais e cálculos corretos, a ação não avança. Os três passos essenciais para o processo são os seguintes.
- Microfichas: solicitar ao Banco do Brasil os extratos completos da conta.
- Perícia contábil: refazer os cálculos com índices corretos e apurar prejuízo.
- Ação judicial: ingressar contra o Banco do Brasil na Justiça Estadual.
Quais prazos e cuidados estratégicos o trabalhador precisa saber?
A ação deve ser ajuizada na Justiça Estadual comum, nunca na Federal. Processar a União ou escolher o foro errado pode levar à extinção do processo sem análise do mérito.
O prazo é de 10 anos, contados a partir do momento em que o trabalhador toma ciência do dano, geralmente ao acessar os extratos. O pagamento ocorre por alvará judicial, permitindo o saque direto do valor reconhecido.




