Desordem em casa não significa necessariamente descuido ou preguiça. Segundo a psicóloga de Harvard Natalie Christine Dattilo, ela pode ser reflexo de um transtorno invisível: o TDAH, que prejudica as funções executivas necessárias para organização e arrumação. Ter uma casa desorganizada pode levantar questionamentos sobre nossa rotina e bem-estar mental. Segundo especialistas de Harvard, a desordem pode ser um sinal de questões mais profundas relacionadas ao TDAH ou mesmo estresse acumulado.
- Como o TDAH afeta a organização do lar
- Por que a desordem ocorre naturalmente
- Os efeitos do estresse e de grandes mudanças
Como o TDAH influencia a organização do lar?
O transtorno do déficit de atenção e hiperatividade, TDAH, impacta a habilidade de planejar e executar tarefas. Pessoas com TDAH frequentemente encontram desafios em atividades diárias, que parecem simples para outros, tornando a arrumação complicada e desgastante. De acordo com estudos recentes realizados em Harvard Medical School, o acúmulo de objetos e papelada pode ser ainda mais intenso para quem convive com o transtorno, refletindo diretamente em sua saúde mental.

Quais motivos tornam a desordem parte da rotina?
A desordem não é meramente uma escolha; ela pode surgir como resultado de dificuldades em seguir os pequenos passos de uma tarefa. Interrupções constantes podem atrapalhar o fluxo necessário para manter tudo em ordem. Em alguns casos, ferramentas digitais como Google Calendar ou Microsoft To Do podem auxiliar no controle das rotinas, especialmente para quem lida com TDAH. O uso dessas plataformas, largamente estudado em centros de pesquisa como Massachusetts Institute of Technology (MIT), mostra que mesmo as pequenas ajudas tecnológicas já contribuem para uma melhora no gerenciamento das tarefas diárias.
Existe uma relação entre motivação e organização pessoal?
Lutar contra a bagunça sem um propósito claro ou prazo pode ser desafiador, especialmente para aqueles com TDAH. Um lar bagunçado pode espelhar um estado mental sobrecarregado, muitas vezes relacionado à depressão ou cansaço extremo. Estudos recentes, publicados no Journal of Clinical Psychology, indicam que ambientes desorganizados podem piorar sintomas de ansiedade, criando um ciclo difícil de interromper.
De que forma estresse e mudanças de vida levam à desordem?
Alterações significativas na vida pessoal e estresse podem desorganizar até mesmo aqueles que são naturalmente organizados. Essa resposta ao estresse pode criar um ciclo de desordem contínua, dificultando o gerenciamento do ambiente doméstico. Eventos como uma mudança de emprego, término de relacionamento ou até mesmo a chegada de uma pandemia, como a Covid-19, impactam profundamente o cotidiano e podem refletir diretamente na organização do lar. Cidades como São Paulo e Nova York relataram aumento expressivo de relatos de desordem doméstica desde o início da pandemia.
Quais formas saudáveis podem ajudar a lidar com a desordem?
Cultivar empatia por si mesmo e reconhecer os desafios mentais subjacentes pode transformar a percepção de uma casa bagunçada. Essa atitude pode abrir caminhos para abordar o TDAH e as questões de saúde mental com mais compreensão e eficácia. O apoio profissional, como a psicoterapia ou acompanhamento psiquiátrico, pode ser um recurso importante para trabalhar questões de enfrentamento. Iniciativas em universidades, como o programa de apoio da Universidade de São Paulo, oferecem suporte psicológico especialmente voltado a quem enfrenta dificuldades de organização ligadas à saúde mental.
- Identifique se a bagunça é um reflexo de desafios internos como o TDAH.
- Pequenas interrupções podem transformar uma tarefa de organização em um desafio.
- Grandes mudanças e estresse mantêm a desorganização no cotidiano.




