A discussão sobre a lei trabalhista para 2026 ganha força com mudanças recentes na forma como a Justiça do Trabalho trata a indenização por danos morais, novas regras para domingos e feriados, foco em saúde mental e atualização do salário mínimo, impactando diretamente o dia a dia de empresas e trabalhadores.
O que mudou na indenização por danos morais após a Reforma Trabalhista
A indenização por danos morais na Justiça do Trabalho já existia, mas ganhou novo peso com a Reforma Trabalhista de 2017, que vinculou o valor da reparação ao último salário contratual do empregado. As faixas variam conforme a gravidade da ofensa, partindo de múltiplos menores para casos leves e chegando a multiplicadores maiores para situações muito graves.
O tabelamento de danos morais gerou debates sobre possível limitação de reparações consideradas proporcionais ao dano efetivamente sofrido. Em 2023, o STF decidiu que os limites previstos na CLT são apenas parâmetros de referência, dando ao juiz liberdade para fixar valores acima dos limites salariais, desde que justifique com base nas provas e nas circunstâncias do caso concreto.

Como a lei trabalhista para 2026 influencia a indenização por danos morais
Com a interpretação do STF, a lei trabalhista para 2026 passa a ser aplicada de forma mais flexível nas indenizações por danos morais. O texto da CLT continua em vigor, mas funciona como ponto de partida, permitindo pedidos de indenização mais elevados em situações graves, como violações à dignidade e assédio reiterado.
Na prática, juízes vêm avaliando de forma mais ampla elementos que cercam o dano, buscando equilíbrio entre compensação e efeito pedagógico. Nesse contexto, alguns fatores costumam orientar a fixação da reparação pelo Judiciário:
- Gravidade do dano: intensidade da ofensa, duração e consequências para a saúde física ou emocional do trabalhador;
- Capacidade econômica da empresa: porte do empregador e impacto financeiro da condenação;
- Comportamento das partes: tentativa de solução interna, reincidência e resistência em corrigir a situação;
- Proporcionalidade: equilíbrio entre a compensação devida e a finalidade educativa da condenação.
Quais são as regras atuais para trabalho em domingos e feriados
Outra mudança relevante na lei trabalhista para 2026 está ligada ao trabalho em domingos e feriados. As diretrizes reforçam a necessidade de compensação financeira ou de descanso em outro dia, preservando o repouso semanal e evitando jornadas exaustivas que aumentem riscos de adoecimento.
Para explicar melhor, selecionamos o vídeo do canal Pagel Advogados que possui 41k de seguidores e fala sobre a regra de trabalho em domingos e feriados:
Para reduzir conflitos sobre horas extras e compensações, o planejamento de jornada precisa ser mais estratégico, com escalas claras e bem registradas. Em especial, empresas de funcionamento contínuo devem se atentar a três pontos centrais:
- Adicional de 100%: quando o trabalho em domingos e feriados não for compensado com folga, a remuneração deve ser paga em dobro em relação ao valor normal;
- Folga compensatória: se houver escala com descanso equivalente em outro dia, a empresa deve garantir pelo menos 24 horas consecutivas de repouso;
- Organização de escalas: setores com operação contínua, como comércio, serviços essenciais e indústria, precisam documentar escalas e compensações para evitar passivos trabalhistas.
Como os riscos psicossociais e a NR-1 impactam empresas e trabalhadores
A partir de 2026, a atualização da NR-1 traz foco maior aos riscos psicossociais, em resposta ao aumento de casos de estresse ocupacional, esgotamento e assédio no trabalho. Empresas passam a poder ser autuadas se não adotarem medidas mínimas de prevenção, o que eleva o tema de saúde mental ao nível estratégico.
Os órgãos de fiscalização observarão de forma mais sistemática fatores que vão além da segurança física, avaliando clima organizacional, gestão de metas e canais de denúncia. Entre os aspectos centrais, ganham espaço políticas claras contra assédio, acompanhamento periódico e práticas que reduzam sobrecarga e pressão excessiva.
Qual o impacto do salário mínimo previsto para 2026 nas relações de trabalho
Para 2026, a estimativa oficial indica um salário mínimo em torno de R$ 1.631, com reajuste aproximado de 7,44% em relação ao ano anterior. Esse valor serve de referência para pisos de diversas categorias, além de orientar o cálculo de benefícios previdenciários e sociais em todo o país.
A atualização do salário mínimo dentro da lei trabalhista para 2026 afeta diretamente a folha de pagamento das empresas, o valor de adicionais calculados sobre o piso nacional e o orçamento de famílias que dependem desse rendimento. Diante desse cenário, é urgente que empregadores e trabalhadores se antecipem, revisem contratos, escalas e políticas internas e busquem orientação jurídica especializada para evitar conflitos e garantir seus direitos agora, antes que as mudanças se consolidem na prática.




