A arrematação de imóveis em leilões é um procedimento que exige respeito a regras específicas, principalmente quanto ao valor mínimo de venda, sendo uma garantia de justiça no processo e de proteção ao devedor diante de possíveis prejuízos.
Por que existe um valor mínimo para arrematar imóveis em leilões
A legislação brasileira não permite que um imóvel seja arrematado por quantia inferior a 50% do seu valor de avaliação. Essa exigência está presente no Código de Processo Civil, garantindo maior equilíbrio nas relações judiciais e proteção ao devedor.
Além disso, o valor mínimo contribui para a moralidade e segurança das transações em leilões judiciais, evitando alienações por preços insignificantes e desproporcionais.
Como o STJ define e aplica o conceito de preço vil em leilões
O Superior Tribunal de Justiça tem entendimento consolidado sobre o conceito de preço vil, determinando que nenhuma arrematação pode acontecer por menos de 50% do valor avaliado do imóvel.
Essa diretriz visa aumentar a segurança jurídica nas execuções e impedir prejuízo excessivo ao devedor, conforme decisões recentes do tribunal.

O que diz a decisão sobre o leilão anulado por valor inferior ao mínimo
No caso em análise, o ministro Marco Buzzi ressaltou que, mesmo para imóveis sob a Lei 9.514/1997, a venda não pode ocorrer por valor inferior à metade da avaliação.
A decisão é emblemática e reforça que o princípio da proteção ao devedor deve ser observado tanto em leilões judiciais quanto extrajudiciais, inclusive em situações de alienação fiduciária de imóveis.
Quais argumentos fundamentaram o pedido de anulação do leilão
No processo que motivou a decisão do STJ, os autores argumentaram que o imóvel havia sido vendido por apenas 39,8% do seu valor, o que representava prejuízo e injustiça. Para contextualizar essa alegação, apresentaram fundamentos jurídicos claros:
- Venda por percentual muito abaixo do valor de avaliação;
- Desrespeito às normas legais de proteção ao devedor;
- Risco de enfraquecimento da credibilidade dos leilões judiciais e extrajudiciais.
Qual a importância da decisão do STJ para a proteção do devedor
A decisão do STJ destaca a relevância do valor mínimo como garantia aos direitos do devedor fiduciante, estabelecendo que a medida não é meramente formal, mas essencial para assegurar transações justas.
A adoção dessa orientação fortalece o controle e a auditoria dos processos, promovendo a confiança no sistema de leilões e inibindo práticas lesivas.
Fonte: Conjur




