O debate sobre bullying no ambiente de trabalho tem se intensificado, especialmente quando envolve discriminação com base na aparência física, como um caso recente em Minas Gerais, onde um trabalhador ruivo de uma marmoraria foi indenizado por assédio moral após sofrer ofensas de colegas e omissão da empresa.
Como foi o julgamento do assédio moral?
O Tribunal Regional do Trabalho de Minas Gerais reconsiderou a decisão inicial que julgava improcedente o pedido do trabalhador. Após recurso, apontou que a marmoraria não tomou medidas suficientes para coibir a conduta ofensiva entre funcionários, o que resultou em sua condenação e a obrigação de indenizar o empregado prejudicado.

Dessa forma, a empresa foi responsabilizada por não agir frente às situações de desrespeito, evidenciando a importância de ações concretas na promoção de um ambiente saudável de trabalho. Além disso, o tribunal considerou depoimentos e provas testemunhais que mostraram o impacto psicológico das ofensas na rotina do trabalhador.
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Por que a empresa foi responsabilizada?
A legislação brasileira determina que o empregador deve criar condições seguras e respeitosas, prevenindo práticas como bullying e discriminação. A omissão da empresa em exercer seu poder disciplinar foi decisiva para a condenação, servindo de alerta para outras organizações sobre falhas nesse aspecto.
Veja algumas atitudes fundamentais para as empresas manterem o ambiente acolhedor:
- Implantar canais seguros de denúncia de assédio e discriminação
- Promover treinamentos regulares sobre respeito e diversidade
- Adotar políticas internas claras e bem divulgadas
- Atuar prontamente diante de situações reportadas
Outro aspecto importante é o acompanhamento periódico de clima organizacional, que auxilia na identificação precoce de possíveis situações de risco para os colaboradores.
Como foi calculada a indenização?

O tribunal fixou o valor da indenização em R$ 3 mil, fundamentando-se na gravidade e intensidade das ofensas, bem como no sofrimento emocional da vítima. Também foram considerados aspectos como a situação financeira das partes, seguindo princípios de razoabilidade e proporcionalidade, de modo a evitar enriquecimento indevido.
Esse valor busca reparar o abalo à dignidade sofrido pelo trabalhador, servindo como referência para casos semelhantes que venham a ser ajuizados. Em outras decisões, é comum considerar ainda a reincidência de condutas e a existência de políticas ativas de prevenção pela empresa.
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Quais lições ficam para empresas?
Esse caso demonstra a necessidade de criar rotinas internas que evitem agressões no ambiente de trabalho, indo além de apenas reagir, mas sim prevenindo possíveis situações de bullying ou discriminação entre funcionários.
Adotar medidas preventivas reflete diretamente na imagem da empresa, contribui para um clima positivo e reduz riscos de condenações judiciais e perdas financeiras. Investir em treinamento de lideranças e em escuta ativa dos colaboradores pode ser diferencial para evitar episódios semelhantes.




