Um estudo publicado pela revista New Scientist identificou cinco perfis distintos de sono que influenciam diretamente o humor, a atenção e as funções cognitivas. A pesquisa mostra que dormir bem vai muito além de contar horas de descanso.
- Cinco perfis de sono foram ligados à saúde mental e cerebral.
- Estudo envolveu 770 adultos e avaliou padrões e satisfação com o sono.
- O tipo de sono afeta emoções, memória e desempenho cognitivo.
Por que o sono é tão importante para o equilíbrio mental?
Segundo a New Scientist, pesquisadores da Universidade Concordia, no Canadá, analisaram 770 adultos saudáveis entre 22 e 36 anos. Eles descobriram que a qualidade, o uso de medicamentos e a satisfação com o sono influenciam diretamente a saúde emocional e a conectividade cerebral.
A líder do estudo, Valeria Kebets, explica que padrões de sono problemáticos alteram as redes cerebrais ligadas à autorreflexão e à atenção, dificultando o equilíbrio entre o foco interno e o externo. Essa variação impacta humor, ansiedade e desempenho cognitivo.

Quais são os cinco perfis de sono identificados pela pesquisa?
- 1. Sono ruim e insatisfatório – Pessoas que dormem mal têm mais ansiedade, estresse e irritabilidade.
- 2. Sono resiliente – Mesmo com sintomas mentais, mantêm sono adequado e estabilidade emocional.
- 3. Uso de soníferos – Apresentam queda na memória e dificuldades em reconhecer emoções.
- 4. Poucas horas de sono – Dormir menos de 7 horas reduz precisão cognitiva e aumenta agressividade.
- 5. Sono fragmentado – Acordar repetidamente está ligado à ansiedade e déficit de memória.
Esses perfis mostram que a quantidade de sono é apenas um dos fatores. A satisfação, a continuidade e o uso de substâncias influenciam tanto quanto o tempo total dormido.
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O que acontece no cérebro com diferentes padrões de sono?
Os exames mostraram que quem dorme mal apresenta diminuição da conectividade entre áreas cerebrais responsáveis por atenção e reflexão. Já indivíduos com sono insuficiente têm aumento da atividade em redes associadas à agressividade e à fadiga emocional.
No grupo que usa soníferos, observou-se menor conexão entre regiões ligadas à memória, visão e reconhecimento emocional. Essas alterações explicam por que dormir mal pode afetar o raciocínio e a empatia.

Quais fatores limitam o estudo, segundo os cientistas?
- Os resultados mostram associação, não causa direta entre sono e sintomas.
- Nem todos os participantes se encaixaram perfeitamente em um perfil.
- A amostra era composta por jovens adultos americanos, limitando a generalização.
Mesmo com limitações, Valeria Kebets afirma que o estudo reforça a importância de tratar o sono como um fenômeno multifacetado. Ele está ligado não apenas ao descanso, mas ao bem-estar emocional, cognitivo e físico — elementos essenciais para uma vida mental equilibrada.




