Mudar do padrão alto em carboidratos para uma dieta quase sem carboidrato não é rápido nem simples — pode levar entre um e três anos, afirma o Dr. Alexandre Duarte, médico especialista em fisiologia metabólica e hormonal. Segundo ele, embora a perda de peso e alguns benefícios apareçam antes, a adaptação profunda do corpo demanda tempo e paciência.
Em seu perfil @dralexandreduarte publicou detalhes sobre essa transição e discutiu a relação entre carboidrato, genética e doenças como aterosclerose, câncer e demência. A fala alerta para a necessidade de planejamento e acompanhamento, sem ignorar os fatores genéticos que direcionam os efeitos da alimentação.
Por que a adaptação à dieta baixo carboidrato pode levar até três anos?
O corpo humano evoluiu para gastar carboidratos como fonte principal de energia — com a agricultura, o consumo aumentou drasticamente há apenas 10 mil anos. Para trocar esse padrão por uma dieta low-carb, o organismo precisa adaptar seu metabolismo por completo.
Dr. Alexandre destaca que essa adaptação envolve:
- Alterações no uso de gordura para gerar energia
- Regulação de enzimas metabólicas
- Ajustes hormonais (insulina, adiponectina, entre outros)
- Reorganização da microbiota intestinal
Esses processos não acontecem de uma hora para outra. Para muitas pessoas, levar de um a três anos para a transição completa é normal e esperado do ponto de vista fisiológico.
A genética determina se você terá aterosclerose?
Não totalmente. De acordo com o especialista, a aterosclerose — acúmulo de placas nas artérias — tem uma clara causa alimentar: o consumo excessivo de gorduras trans, saturadas e açúcares.
A genética tem papel moderador, ou seja, pode acelerar ou atrasar, mas não causa por si só. Em outras palavras, mesmo pessoas sem predisposição genética podem desenvolver placas de ateroma por maus hábitos alimentares.
Fonte oficial: American Heart Association – https://www.heart.org
E se a transição for feita de forma rápida demais?
Mudanças alimentares abruptas — como eliminar de 100% ao mesmo tempo os açúcares e grãos — podem desencadear efeitos colaterais:
- Queda de energia
- Oscilações hormonais (insulina, cortisol)
- Prisão de ventre ou diarreia
- Desequilíbrios na flora intestinal
Por isso, o ritmo certo, orientado por um profissional, é essencial para evitar prejuízos e aumentar a taxa de sucesso da adaptação metabolicamente sustentável.

Quais os riscos do consumo excessivo de carboidrato?
Seguir uma dieta rica em carboidratos simples, repetidamente, está associado a diversos problemas de saúde:
- Câncer (pela estimulação da insulina e IGF‑1)
- Insuficiência renal (pelo excesso de glicemia e pressão)
- Demência e declínio cognitivo (pela inflamação crônica)
- Disfunções metabólicas (como SOP, refluxo e colesterol alto)
Esses riscos são comprovados por evidências médicas, e não dependem apenas dos genes — mesmo pessoas sem predisposição genética sofrem com essas consequências.
O que diz a ciência sobre a dieta low-carb?
Estudos variados, incluindo trials clínicos randomizados, mostram que as dietas com restrição moderada a severa de carboidratos:
- Ajudam no controle da glicemia em diabéticos
- Melhoram o perfil lipídico (aumento do HDL)
- Reduzem o peso e a gordura visceral
- Ajudam a regular o apetite e a insulina
No entanto, elas não devem ser extremas nem conclusivas. Como afirma Dr. Alexandre, somos onívoros e precisamos de equilíbrio para manter defesas metabólicas, digestivas e hormonais adequadas.
A transição controlada é o caminho mais eficaz?
Sim. O ideal é planejar a redução gradual do carboidrato, dando ao organismo tempo para se reajustar. Isso implica:
- Monitorar marcadores metabólicos e hormonais
- Avaliar bem-estar físico e mental
- Ajustar macros, quantidade de proteína e peso ao longo do tempo
- Incluir vegetais fibrosos para sustentar a microbiota
Esse processo respeita a fisiologia natural e reduz efeitos adversos, tornando a alimentação uma aliada a longo prazo.
Pode uma dieta low‑carb ser feita com segurança?
A resposta de Dr. Alexandre Duarte é um ressonante “sim” — desde que haja orientação e respeito ao tempo do corpo. Retirar carboidratos pode ser transformador, mas a transição demorada é parte da jornada metabólica que leva à saúde real, não apenas resultados imediatos.
Se quiser que eu produza mais artigos com esse padrão, é só enviar a próxima transcrição!