Dólar cai para R$ 4,86 e atinge menor nível desde fim de novembro -  (crédito: EBC - Últimas Notícias)

O dólar fechou em queda de 0,79%, a R$ 4,8216, menor patamar desde 2 de agosto

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A última semana de 2023 começou em tom positivo no mercado financeiro. Nesta terça-feira (26), o Ibovespa subiu 0,58, a 133.533 pontos, novo recorde nominal

 

Na sexta-feira (22), o principal índice da Bolsa já havia renovado a máxima histórica. Em termos reais, porém, o recorde está longe. Se for considerada a inflação, o pico do Ibovespa seria de 177.098 pontos, quando corrigido pelo IPCA atual, e de 212.305 pontos, quando corrigido pelo IGP-M, ambos atingidos em maio de 2008, antes da crise financeira. Os cálculos são da Economatica.

 

 

O dólar fechou em queda de 0,79%, a R$ 4,8216, menor patamar desde 2 de agosto, quando estava a R$ 4,80, segundo dados da CMA. Essa foi a terceira sessão consecutiva de baixa da divisa americana ante o real. No ano, a moeda acumula queda de 8,66%.

 

No mercado cambial, a percepção mais geral entre os agentes do mercado é de que o dólar ainda tem espaço para continuar a ceder ante o real na virada de 2023 para 2024.

 

"Tem um fluxo comercial enorme chegando no Brasil, mais de US$ 20 bilhões no curto prazo, ainda que o Banco Central nem esteja fazendo os leilões de linha tradicionais de final do ano", pontuou Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master, em análise enviada a clientes.

 

Os leilões de linha são as operações em que o BC vende dólares ao mercado, com compromisso de recompra no futuro. Tradicionalmente, a instituição realiza leilões de linha em dezembro, para dar conta da demanda por moeda por parte de fundos e multinacionais, que precisam remeter recursos ao exterior.

 

"Mas, neste ano, o fluxo está tão forte que o BC não está colocando estes leilões e ainda assim a moeda (real) está se valorizando", acrescentou Gala, que vê o dólar em R$ 4,50 nos próximos meses.

 

O Banco Central fará nesta sessão leilão de até 14.248 contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1° de fevereiro de 2024.

 

O juros futuros também operavam em queda. A taxa do DI para janeiro de 2025 estava em 10,035%, ante 10,047% do ajuste anterior, enquanto a taxa do DI para janeiro de 2026 estava em 9,585%, ante 9,606% do ajuste anterior. A taxa para janeiro de 2027 estava em 9,69%, ante 9,696%.

 

Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2028 estava em 9,905%, ante 9,92%. O contrato para janeiro de 2031 marcava 10,24%, ante 10,269%

 

Esta sessão pós-Natal é de liquidez reduzida, já que várias praças de negócios seguem fechadas ao redor do mundo, enquanto no Brasil o Congresso entrou em recesso parlamentar após a aprovação do Orçamento da União para 2024, na última sexta.

 

Nesta terça, uma das novidades é a redução de 7,9% no preço médio de venda de diesel da Petrobras para as distribuidoras, que passará a ser de R$ 3,48 por litro nas refinarias a partir desta quarta-feira (27).

 

As ações da Petrobras subiam 1,57%, a R$ 37,32 cada uma, diante de alta de 2,26% do barril de petróleo Brent (referência internacional), impulsionado pelos conflitos no Mar Negro entre Russia e Ucrânia, e o início de perfuração na Margem Equatorial.

 

Após o anúncio da petroleira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou que, a partir do próximo ano, haverá reoneração no diesel, e prometeu anúncio de novas medidas para aumentar a arrecadação federal, buscando atingir o objetivo de eliminar o déficit primário no próximo ano.

 

"Mas o impacto da reoneração é de pouco mais de R$ 0,30, e o impacto pela redução já anunciado pela Petrobras no mês de dezembro é mais de 50%. Se você comparar o preço do diesel com 1º de dezembro de 2023, você tem uma queda do preço da Petrobras mesmo com a reoneração. Não tem razões para [o posto de combustível] aumentar. Tem para diminuir", disse o ministro.

 

Uma queda no preço dos combustíveis tende a aliviar a inflação e abrir espaço para cortes na taxa básica de juros.

 

A pesquisa Focus desta semana mostrou que a expectativa de analistas consultados pelo Banco Central é de que a Selic termine 2024 em 9% ao ano, contra estimativa de 9,25% semana passada. Em relação à inflação, os especialistas ajustaram em 0,02 ponto percentual para baixo as projeções de alta do IPCA no ano que vem, para 3,91%.

 

Nos Estados Unidos, o rendimento do Treasury de dez anos -principal referência dos ativos ao redor do mundo- oscilava perto dos 3,90%, muito próximo do fechamento da sessão anterior.

 

Em Wall Street, o índice S&P 500 subiu 0,42% e o Dow Jones, 0,43%. O Nasdaq teve alta de 0,54%.