Na Black Friday, o consumidor pode conseguir bons descontos, mas tem de ter cautela, segundo a polícia, para não ser vítima de fraudes -  (crédito: Túlio Santos/EM/D.A PRESS)

Na Black Friday, o consumidor pode conseguir bons descontos, mas tem de ter cautela, segundo a polícia, para não ser vítima de fraudes

crédito: Túlio Santos/EM/D.A PRESS
A proximidade da Black Friday, que acontece em 24 de novembro, sexta-feira da próxima semana, fez com que a Polícia Civil de Minas Gerais fizesse um vídeo alertando para golpes. No vídeo, a delegada Elyenni Célida, da Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor, fala como o consumidor pode evitá-los. Além disso, o site da corporação, PoliciaCivil.mg.gov.br, disponibiliza duas cartilhas nessa linha de alerta.

A delegada lembra que a data tem preços atrativos e promoções consideradas imperdíveis. “Essas são as promessas do comércio, físico e virtual, no período, que é realizado anualmente, sempre na última sexta-feira de novembro. Nosso dever é orientar quanto a cautelas necessárias que o consumidor deve adotar para evitar prejuízos e para não cair em golpes”.

Os registros mais recorrentes, segundo a delegada, são as compras em sites e perfis de rede social falsos e a aquisição de produtos falsificados, adquiridos como se fossem originais. Entre as dicas, a delegada Elyenni orienta que toda compra deve ser precedida de pesquisa e reflexão sobre a sua pertinência. “Transações por impulso tornam o consumidor mais suscetível a golpes. Na pressa de adquirir um produto ou serviço, o usuário acaba se esquecendo de conferir o valor, que pode aparecer sem o desconto aplicado.”

Ela ressalta que o consumidor precisa atentar-se aos detalhes, como o valor total e das parcelas, os juros, o prazo de entrega, o valor do frete e, principalmente, se não está incluído no valor, de forma oculta, algum tipo de seguro ou garantia estendida não autorizada pelo comprador.

“Outra dica é pesquisar os preços dos produtos com antecedência a fim de verificar se não está sendo vítima da prática do “tudo pela metade do dobro”. Dias antes as empresas aumentam os preços dos produtos para na Black Friday reajustar para os valores originais, ou seja, se um produto custa R$ 100, dias antes, o preço é elevado para R$ 150, para na Black Friday, retornar a R$ 100. Ou seja, o consumidor é ludibriado.”

Ela alerta, também, para que o consumidor desconfie quando um produto seja oferecido com preço muito abaixo dos praticados no mercado. “Isso também requer atenção, pois é um forte indício de fraude”.

Na internet

A delegada Elyenni Célida alerta para o fato de que o ambiente digital pode esconder armadilhas até para o usuário mais experiente. “No Brasil, estima-se que a cada oito segundos ocorra uma fraude por meio de compras virtuais.” Os dados são do Serasa Experian. Por esse motivo, segundo ela, o ideal é optar por sites conhecidos. “É possível pesquisar a reputação de empresas por meio do site consumidor.gov.br. O Procon também dispõe de uma lista de endereços eletrônicos que devem ser evitados.

Existe ainda a recomendação para evitar os sites estrangeiros, assim como as ofertas encaminhadas por redes sociais ou e-mail, mesmo aquelas enviadas por pessoas conhecidas. Nesses casos, a orientação é que a compra seja realizada diretamente no site da empresa, digitando o endereço no navegador. “Muitos criminosos aproveitam a Black Friday para enviar e-mails ou mensagens para usuários relatando a confirmação de uma compra ou relatando um problema com um produto. Trata-se de uma tentativa de phishing, ou seja, de induzir as vítimas a clicar em links fraudulentos e fornecer seus dados bancários e outras informações”, afirma a delegada.

Ela lembra que é muito importante também que o consumidor atualize o antivírus no dispositivo em que será efetuada a compra e que escolha uma rede confiável. E que deve-se evitar redes públicas. Para verificar a segurança do site, a orientação é conferir o https na URL, o cadeado na barra de navegação e a inscrição site seguro. “As formas de pagamento, como o Pix e o cartão de crédito são mais seguras de efetivar o pagamento se comparadas ao boleto bancário”, diz a delegada Eliane.

O consumidor, no entanto, afirma a delegada, deve estar atento a empresas que só aceitam boletos bancários, Pix ou transferências. Assim, todas as formas de pagamento requerem algum nível de cuidado. E recomenda, que no caso do Pix, é preciso conferir dados do recebedor e redobrar os cuidados quando o beneficiário é pessoa física. Nos de boleto, conferir todos os dados, como nome da empresa, data, CNPJ, entre outros.

No cartão de crédito, ela diz que é recomendável optar pelo cartão virtual único, que é oferecido pela maioria das instituições financeiras, nunca entregar ou enviar fotos do cartão e não salvar dados de cartão para compras futuras. O cartão por aproximação é perigoso, já que qualquer pessoa que tiver acesso realiza compras facilmente, por isso, é importante ter uma atenção redobrada.

Como proceder

No caso de o consumidor desconfiar ter caído em algum golpe, deve denunciar o crime, seja em uma delegacia da Polícia Civil ou por meio da Delegacia Virtual, em caso de estelionato. “Para isso, é fundamental que o denunciante reúna todos os registros de interação com os golpistas para auxiliar nas investigações. “Salve todas as informações relativas à compra, desde o anúncio do desconto até a nota fiscal”, orienta a delegada Elyenni Célida.

A ocorrência, nos casos das vítimas de golpes, pode ser feita na Delegacia Virtual. O sistema gera uma mensagem ao usuário, por e-mail, informando o número do Registro de Evento de Defesa Social (Reds), bem como a forma de acessá-lo no site do Sistema Integrado de Defesa Social (Sids) para imprimi-lo. É possível também fazer a ocorrência numa delegacia, de maneira presencial.