Polêmica sobre a Black Friday: seria o termo racista ou pelo menos pejorativo? -  (crédito: Freepik)

Polêmica sobre a Black Friday: seria o termo racista ou pelo menos pejorativo?

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Novembro marca o mês das tão esperadas promoções da Black Friday. Em português, a "sexta-feira negra" inaugura a temporada de compras do fim do ano com grandes promoções em lojas físicas e online. É um dia depois do Dia de Ação de Graças nos Estados Unidos, ou seja, celebra-se no dia seguinte à quarta quinta-feira do mês de novembro.

Mas, como tudo começou? A origem do termo não é consenso. Uma hipótese é que tenha surgido ainda no século 19, dentro de uma estratégia concebida por investidores para acumular riquezas. Jay Gould e Jim Fisk teriam definido uma maneira de controlar o mercado de ações de ouro nos Estados Unidos, o que era considerado ilegal. Eles teriam feito o valor das ações disparar e enriqueceram, mas o governo entrou em cena, comercializando o estoque de ouro que havia reservado. O que aconteceu com isso foi uma súbita desvalorização logo em seguida, que ocorreu em uma sexta-feira, assim chamada black friday.

Também conta a história que, na década de 1950, uma revista denominou o dia após a Ação de Graças de black friday, em referência a trabalhadores que agiam no dia depois do feriado como se tivessem contraído a peste negra.

Mais uma suposição é que o termo teria se tornado popular na Filadélfia, onde os policiais começaram a usar a nomenclatura em alusão à sexta-feira posterior ao feriado, quando o movimento de veículos e pessoas na rua se tornava um caos.

Polêmica

Uma coisa ou outra, fato é que, desde 2010, o ano em que a Black Friday passou a ser realizada no Brasil, a ocasião se torna cada vez mais aguardada, por consumidores e empreendedores. Em 2023, acontece em 23 de novembro.

Mas uma discussão recentemente levantada é se o termo seria racista ou pelo menos pejorativo. A partir de 2020, o nome passou a ser alvo de polêmicas, porque poderia ter um cunho de preconceito racial. O ponto seria associar o termo "negro" ao desconto, o que atribuiria às pessoas negras a sensação de algo desvalorizado, barato. No tempo da escravidão, essencialmente no Brasil, os negros eram vendidos em certas ocasiões com desconto, conforme suas características físicas.

Dessa maneira, algumas empresas deixaram de titular as promoções com o nome Black Friday. O Grupo Boticário, que não aderiu à data, argumenta que, sem ter como comprovar a origem racista do nome, o que nenhum estudo científico demonstra, não agradaria à marca o fato de participar de algo que poderia ser prejudicial a uma parcela dos cidadãos brasileiros. Com isso, a empresa criou a própria campanha, batizada Beauty Week.

Entre outros gigantes do varejo, o Grupo Imaginarium passou a usar a expressão Color Friday, a M.A.C criou a Beauty Friday, a Adidas definiu a Best Friday e Natura e Americanas também associaram as promoções a outro nome.