Mais lidas
compartilhe
Siga no
Como em um passe de mágica, diante do microfone ela se agiganta. Frente ao aparelho eletrônico, seu potencial artístico abraça as mais recônditas lembranças da infância e adolescência, desde quando se apaixonou perdidamente pela música. "Eu já cantava na solenidade de coroação de Nossa Senhora promovida pela Igreja", relembrou.
Ana Maria Espí Cavalcanti, magistrada aposentada do Tribunal Regional do Trabalho, da Terceira Região, hoje a cantora Ana Espí, como se apresenta em nome artístico, descobriu, ainda garotinha, que por meio da modulação adocicada de sua voz, tinha um mundo sem fronteiras pela frente. "Meu canto emociona, consegue tocar as pessoas", reforçou.
Com um timbre cativante, soprano ligeiro, que ressoa em veludo nos ouvidos alheios, ainda nos anos 90 viu seu talento musical desabrochar junto ao público. A partir de então, um outro palco, que não o cenário vetusto de um tribunal, sob os efeitos encantadores da cenografia e coreografia, além da sonoridade de uma banda, descortinou-se para a artista.
Vieram naturalmente as participações em shows, álbuns e produções musicais. O primeiro espetáculo solo, denominado “Eu canto!”, aconteceu no Museu de Arte da Pampulha, nos idos de 2013, sob a direção de Celinha Braga, responsável, também, por sua vibrante atuação durante anos no musical "As Rainhas do Rádio".
A juíza por vocação e cantora por devoção, hoje colecionadora de milhares de acessos nas redes sociais, interpretou várias músicas do compositor Marcelo Kamargo, dentre as quais destacam-se "Canção Tardia" e "Brincadeira de Roda", compostas para as filhas Luísa e Sofia. À maneira independente, soltou sua voz, ainda, no álbum "Ho’Oponopono – Ser de Luz", cuja composição principal, da autoria de Ângela Bueno, tem versões em português e espanhol.
Ana Espí, como um pássaro no azul celeste em voo solo, lançou, em 2022, “Outro Sinal”, composição inédita de Fred Sommer, Toni Ferreira e Luis Kiari, este último parceiro da cantora Maria Gadú. A música de trabalho já possui mais de 50 mil streamings no Spotify. Recentemente, ela participou da regravação dos sucessos “Criaturas da Noite” e “Sapato Velho”, no álbum “Cometa”, do artista Marcelo Kamargo.
E, assim, Ana Espí vai marcando sua trajetória iluminada nos palcos da vida, trazendo com seu canto emoções variadas e contagiantes. Atualmente, tem se apresentado com o show “Divas”. Ela se inspira em Zizi Possi, Elis Regina, Elizeth Cardoso e Nana Caymmi para interpretar canções de sucesso, com seu toque personalíssimo. Não bastassem todos estes atributos musicais, e a cantora encerra, ainda neste semestre, o curso de gastronomia da Faculdade Estácio de Sá. Na linha direta da descendência espanhola, adiantou, seus caprichos culinários, por óbvio, passam pelos temperos da tortilha e da paella.
Formada na Faculdade de Direito da UFMG, em 1990, a magistrada trabalhou nas varas do TRT em Uberlândia, Passos, Coronel Fabriciano, Contagem, com passagem ainda pela 37a Vara em Belo Horizonte, chegando, posteriormente, a Diretora do Foro da instituição federal.