Seu Zezé e filhos no restaurante  -  (crédito: Foto: Tropeiro do Zezé/Divulgação )

Seu Zezé e filhos no restaurante

crédito: Foto: Tropeiro do Zezé/Divulgação

“Mentor brilhante”, “ativo”, “forte” e “pioneiro”, esses são alguns dos adjetivos que Weverton Teodoro utiliza para descrever o pai que faleceu no último dia 20, José Teodoro, chamado pela família e pelos amantes de comida mineira de Belo Horizonte e Região Metropolitana de Seu Zezé. O proprietário do Tropeiro do Seu Zezé, estabelecimento localizado em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, era casado, pai de três filhos e apaixonado por comida de raiz mineira. “Se pedisse para fazer um estrogonofe, ele não sabia, mas sabia fazer feijoada, tropeiro, e era uma delícia”, contou Weverton.

Aos 70 anos, seu Zezé faleceu por complicações de um transplante de fígado. A dor de perder o pai e ídolo é grande, mas Weverton, Werlleyson e Weberllon Teodoro, ao lado da mãe Maria da Penha Teodoro, vão seguir adiante com o Tropeiro do Zezé. Para os filhos, dar continuidade ao legado do pai é uma forma de honrar todo o trabalho de seu Zezé em vida. “Era o que ele amava. Quando a mãe dele faleceu, ele foi ao sepultamento e depois voltou para abrir o bar. Ele dizia que se ficasse em casa seria pior”, contou Weverton, que seguindo o exemplo do pai, reuniu forças para continuar cuidando do negócio da família.

Antes de ser Tropeiro do Zezé, o restaurante servia porções diversas e levava o nome de “Bar e Mercearia Dorense”, em homenagem à Dores do Indaiá, terra natal do Seu José Teodoro, a cerca de 240 km de Belo Horizonte. Ainda jovem, ele saiu de casa para buscar uma vida melhor em Contagem, onde trabalhou como garçom até abrir o próprio estabelecimento. “Tinham apenas três mesas e uma sinuca, que foi tirada para dar espaço às mais novas mesas que vieram a chegar”, lembra o filho, que foi o segundo “funcionário” do bar.

Os petiscos e o tropeiro começaram a ser servidos em cumbucas de alumínio, e nada de garfo e faca. O talher oficial é a colher. “Dessa maneira fica mais fácil para comer. Na cumbuca o garfo não funciona direito, a comida fica caindo para o lado”, explicou Weverton.

Tropeiro do Zezé é servido em uma cumbuca de alumínio

Tropeiro do Zezé é servido em uma cumbuca de alumínio

Foto: Tropeiro do Zezé/Divulgação


O tropeiro, de criação do próprio Zezé, começou a ganhar fama no “Dorense”. Para incrementar o prato mais pedido do negócio, ele resolveu começar a preparar uma quantia maior de ovos, em pontos diversos – com a gema mole ou ao ponto – colocar em uma travessa e sair pelo salão oferecendo aos clientes. O sistema acabou ficando conhecido como “rodízio de ovos”, e é um sucesso até os dias de hoje.

Em 2001, observando os gostos de sua clientela, Seu Zezé decidiu dar um grande passo para o crescimento do seu negócio e transformou um espaço vazio próximo ao Dorense em um novo estabelecimento, o Tropeiro do Zezé. O restaurante serve apenas feijão tropeiro com arroz à vontade e rodízio de ovos por R$30,00 durante a semana e R$38,00 em fins de semana e feriados durante o horário de almoço. A cumbuca, colher, o cardápio inalterado e a dedicação características do Tropeiro do Seu Zezé serão preservadas e levadas à diante pelos filhos.

Serviço 

Tropeiro do Zezé

Horário de funcionamento: Terça à domingo, de 09h às 15h 

Endereço: Rua Corcovado, 721 - Novo Riacho, Contagem/MG 
Contato: (31) 3356-2911

Site: www.tropeirodozeze.com.br/

@tropeirodozeze

*Estagiária sob supervisão do subeditor Rafael Rocha