O grupo carioca Fino Coletivo faz show em BH neste domingo (31/8), comemorativo aos seus 20 anos de trajetória. Formada a partir da aliança de compositores cariocas e alagoanos em 2005, a banda ganhou projeção nacional com o álbum de estreia, lançado em 2007, e se manteve em evidência com o segundo título, “Copacabana” (2010).
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Em 2013, o grupo lançou uma campanha de financiamento coletivo para a feitura do disco “Massagueira”, que veio à luz no ano seguinte. Em 2015, o Fino Coletivo saiu de cena e só retornou em 2023, com o lançamento de “Carnaval dos espíritos”, gravado em Portugal, para onde quase todos os integrantes haviam migrado durante a pausa, para investir em outras frentes de atuação. Nesses 20 anos, houve diversas mudanças na formação original.
A atual traz os novos integrantes Negadeza (percussão e voz) e Zé Vito (guitarra e voz) somando esforços aos remanescentes Alvinho Cabral (guitarra e voz), Dani Medeiros (baixo e voz) e Skofa 7 Flechas (bateria e voz), que estiveram presentes na fundação do grupo. Essa nova formação foi inaugurada no início deste mês, para a turnê dos 20 anos, que estreou em Brasília e passou por Goiânia e Rio de Janeiro antes de chegar em BH.
Mutante por natureza
O Fino Coletivo despontou com uma mistura de MPB, samba, funk, ritmos nordestinos e elementos eletrônicos, sem engessamento. “O grupo sempre teve a característica da pluralidade. Somos um coletivo de compositores, cada um pensando da sua forma, com suas influências, então é mutante por natureza. A cada disco fomos apresentando novas sonoridades. As mudanças de formação, claro, implicam mudanças no som, mas isso é o que a gente mais gosta de fazer”, diz Alvinho Cabral.
Ele explica que o show de hoje inclui músicas dos quatro álbuns lançados, além de singles. “Selecionamos as músicas que julgamos as mais emblemáticas, as que marcaram, cada uma a seu modo, uma época”, diz, referindo-se a temas como “Boa hora”, “Bateu”, “A coisa mais linda do mundo” e “Fidelidade”. Ele diz que o hiato a partir de 2015 foi motivado pelo cansaço, após uma década de intensa agenda de shows no Brasil e no exterior.
Consenso para a pausa
“Houve um momento em que todos nós chegamos ao consenso que era necessária uma pausa, até porque cada um tinha individualmente o desejo de exercer outra atividade. Eu, por exemplo, me formei em gastronomia”, diz.
O combustível para a retomada foi a saudade. Único integrante que tinha ficado no Brasil, em Maceió, Alvinho foi para Portugal para a gravação de “Carnaval dos espíritos” e, após o lançamento do disco, os expatriados resolveram voltar para o Brasil. Ele está na ponte entre a capital alagoana e o Rio de Janeiro, onde todos os outros estão morando. “Passado o cansaço, nos sentimos com as energias renovadas e resolvemos pôr em prática de novo aquilo que sabemos fazer”, diz.
O atual momento é especial, segundo ele. O músico destaca a maturidade dos integrantes, que se reflete nas músicas e na forma de conduzir a carreira. “Estamos extremamente felizes. Existe uma leveza no caminhar; existe menos cobrança e mais a energia do fazer por amor. É um momento delicioso de podermos nos exercitar artisticamente de forma plena. Está tudo mais tranquilo e mais divertido. Essa nova formação também traz isso”, afirma.
FINO COLETIVO
Show neste domingo (31/8), a partir das 17h, com abertura da DJ Little Sil e do trio Saracuteio, no Distrital do Cruzeiro (Rua Opala, s/nº). Ingressos a R$ 60 (meia-entrada e meia social do último lote) e R$ 90 (inteira do primeiro lote), à venda pelo Sympla.
