Jornalista César Ferraz morre aos 73 anos em BH
Enterro será nesta sexta (29/8), às 14h, no Bosque da Esperança. Ferraz trabalhou na Veja, Hoje em Dia, Editora Abril e assessorou restaurantes famosos de BH
compartilhe
Siga no
O jornalista César Ferraz, de 73 anos, morreu nesta quinta-feira (28/8) em Belo Horizonte, devido a complicações decorrentes do Alzheimer. Desde a última sexta-feira, ele estava internado no Hospital da Unimed, no Bairro Santa Efigênia. O enterro está marcado para as 14h de sexta-feira (29/8), no cemitério Bosque da Esperança, onde ocorrerá o velório a partir das 10h.
Nascido em Carmo de Minas, César Ferraz era formado em jornalismo pela USP. Mudou-se de São Paulo para BH nos anos 1980, para trabalhar na sucursal mineira da Veja, depois de atuar como jornalista na Editora Abril, na capital paulista.
Leia Mais
Foi dele o “furo” publicado pela Veja, ao tornar público o discurso que Tancredo Neves (1910-1985) faria como presidente da República, em 15 de março de 1985. Internado no Hospital de Base de Brasília a poucas horas da posse, o mineiro morreu em 21 de abril, após sete cirurgias e o calvário de 39 dias em hospitais da capital federal e São Paulo.
Ferraz recebeu o discurso das mãos de Hélio Garcia, então governador de Minas e fiel escudeiro do “doutor Tancredo”, como todos o chamavam.
Depois da Veja, César Ferraz foi editor de política do jornal Hoje em Dia, recém-criado em BH, e participou ativamente da formação de jovens repórteres que trabalharam com ele. Sereno, ponderado e discreto, foi mais que editor, tornou-se amigo de todos eles, que costumavam visitá-lo em sua casa em Nova Lima.
Gente fina, elegante e sincero, como diz a música de Lulu Santos, César sempre se pautou pela delicadeza no trato com a vida, com os repórteres, com os amigos e com os clientes que assessorou na Palavra Comunicação.
Ferraz adotou Belo Horizonte como sua cidade desde a década de 1980. Bem-humorado, gostava de comer e receber amigos e a família na casa aconchegante que construiu no condomínio Ville de Montaigne, em Nova Lima. Adorava casa cheia, hábito que não se desfez quando ele recebeu o diagnóstico de Alzheimer.
Apaixonado pela casa que construiu com amor e muito esforço, adorava mostrar aos amigos o jardim e os pés de fruta, sobretudo a jabuticabeira que dava frutas brancas, tema até de reportagem no Estado de Minas em 2001.
Bom prato, César foi assessor de imprensa de vários restaurantes importantes da capital mineira, como Vecchio Sogno, Atlântico, Favorita e La Victoria, entre outros.
Despedida
Amigos lamentaram a partida do jornalista. Virgínia de Castro, que trabalhou com ele no Hoje em Dia, fez emocionado post em sua página no Facebook, exibindo a foto recente de César com repórteres que comandou e a grande amiga Rosângela Guerra, de quem estava separado. Os casal teve dois filhos: o professor de filosofia Francisco Guerra Ferraz e o geógrafo Gabriel Guerra Ferraz.
“Eu o chamava de chef (foi meu chefe nos bons tempos da editoria de política do jornal Hoje em Dia e era também um ótimo cozinheiro, por isso o chef sem 'e' no final). Como editor, pilotou uma equipe que nunca mais se separou”, escreveu a jornalista Virgínia de Castro.
“O melhor chefe do mundo. Um cara humano, gentil, bem-humorado, inteligentíssimo, sensível. Um grande amigo. Vai deixar saudades demais. Adeus, chef. Siga na luz”, despediu-se a jornalista.