Suely Franco, aos 84 anos, protagoniza

Suely Franco, aos 84 anos, protagoniza "A vedete do Brasil" ao lado de Bela Quadros e Flávia Monteiro, no Centro Cultural Unimed-BH Minas

crédito: Dalton Valerio/divulgação

Aos 84 anos de idade, a atriz Suely Franco se mantém em plena atividade. Ela chega a BH neste final de semana com o musical “A vedete do Brasil”, que conta a história da estrela dos anos 1950 e dona da canção “Sassaricando”, a carioca Virgínia Lane.


“Não sinto o tempo passar, a gente fazendo o que gosta não dá pra sentir. Acho que continuo com 16 anos”, brinca Suely. Protagonizado por ela, Flávia Monteiro e Bela Quadros, o espetáculo celebra o centenário de Virgínia relembrando momentos marcantes de sua trajetória, como o relacionamento com Getúlio Vargas (que ela afirmava ter mantido por mais de 10 anos), as polêmicas e os embates com o machismo da época.


Virgínia Lane iniciou a carreira no rádio em 1935, aos 15 anos, e logo se tornou uma figura conhecida no Rio de Janeiro. Artista pioneira, ao longo dos anos também trabalhou como dançarina, atriz e apresentadora de televisão. Mas foi no teatro de revista que viveu seu auge com espetáculos regados de luxo, plumas e muita sensualidade.

 


Protagonismo feminino

 

Morta em 2014 por decorrência de falência múltipla dos órgãos, aos 93 anos, ela deixou um recado para a filha, Marta, antes de partir: “Não me deixe ser esquecida, coloque o meu nome aí pelo Brasil”. Escrita por Renata Mizrahi e Cacau Hygino, a montagem que será apresentada no Teatro do Centro Cultural Unimed-BH Minas neste sábado e domingo (11 e 12/5) é precisamente isto: uma celebração ao centenário de Virgínia e uma homenagem às mulheres.


“A gente quis fazer uma grande homenagem não só à Virgínia, como a todas as mulheres, a todas as vedetes e ao teatro de revista. É um espetáculo feito por mulheres, do roteiro e direção ao cenário; da luz ao figurino”, afirma Claudia Netto, que faz sua estreia na função de diretora neste espetáculo após ter atuado por mais de 40 anos como atriz.

 


“Essa mulher abriu tantos caminhos para nós mulheres profissionais. É por causa dela e de outras que ‘deram a cara para bater’ e que enfrentaram o machismo que a gente está no nosso lugar hoje, conquistando cada vez mais. Não teria como fazer nenhum outro tipo de homenagem à Virgínia”, completa Claudia.


Passado e presente

 

Em cena, Suely Franco interpreta uma Virgínia no fim da carreira, enquanto se dedica a preparar a ceia de Natal ao lado da filha, Marta, interpretada por Flávia Monteiro. Durante a noite, ela revisita memórias marcantes de sua vida, dividindo o palco com Bela Quadros, que retrata Virginia em sua juventude.


“Nós vemos essa Virgínia uma pessoa brilhante que fala de sua vida, de suas lutas, das suas dores e do seu relacionamento conturbado com sua filha. Ao mesmo tempo, tem a parte do glamour no qual a Bela faz a Virgínia jovem que canta as marchinhas”, diz, citando os números musicais do espetáculo que servem para formar um elo entre as lembranças e o presente.


Sob direção musical de Alfredo Del-Penho, as atrizes são acompanhadas por três músicos enquanto entoam sucessos como “Sassaricando” e “Ninguém me controla”. Questionada sobre quais momentos considera mais marcante em sua trajetória, Suely Franco leva um tempo para pensar: “São tantos! Tem uma porção deles que são muito fortes dentro de mim”, diz.


Paixão pelas artes

 

Logo em seguida, cita algumas produções premiadas: “Capital federal”, que lhe rendeu o Moliére, e “Somos irmãs”, além de papéis que, segundo ela, permanecem até hoje no imaginário dos espectadores, como é o caso da comédia "Seis aulas de dança em seis semanas".

 


Suely ainda aponta a paixão pelas artes como o maior traço em comum entre ela e sua personagem. Para a veterana, não existe diferença se está fazendo teatro, cinema ou TV. “Eu quero representar, já fiz dublagem e rádio também… eu quero representar seja onde for. Para mim, isso é o mais maravilhoso”, afirma a atriz, que depois de “A vedete do Brasil” voltará a encenar a peça “Três mulheres altas”.


“A VEDETE DO BRASIL – UM MUSICAL BRASILEIRO”
Com Suely Franco, Flávia Monteiro e Bela Quadros. Apresentações neste sábado e domingo (11 e 12/5), às 19h, no Teatro do Centro Cultural Unimed-BH Minas (Rua da Bahia, 2.244 – Lourdes). Ingressos, a inteira, à venda no Sympla e na bilheteria local: R$ 100 (setor 1); R$ 90 (setor 2) e R$ 42 (setor 3).


Outros espetáculos

 

>>> “Órfãs de Dinheiro”

O Teatro da Cidade (Rua da Bahia, 1.341 – Centro) recebe o espetáculo “Órfãs de dinheiro”, nesta sexta, sábado e domingo (10, 11 e 12/5), sempre às 20h. No palco, Inês Peixoto (Grupo Galpão) em um monólogo que acontece em três narrativas retratando três mulheres diferentes, que estão em situações distintas e tendo em comum a impossibilidade de autossustentação. Com a peça, Inês venceu o Prêmio APCA 2002 de melhor atriz. As entradas custam
R$ 60 (inteira) e podem ser adquiridas pelo Sympla.


>>> Dostoiévski no palco

Adaptação à obra original de Dostoiévski, o espetáculo "O Sonho de um homem ridículo" fará temporada no Teatro Feluma (Alameda Ezequiel Dias, 275, 7º Andar – Centro), nesta sexta e sábado (10 e 11/5), às 20h, e domingo (12/5), às 18h. Encenada pelo ator Leo Horta, a peça promete transportar o público para um mundo de reflexões profundas sobre vida, morte e redenção. Ingressos: R$ 60 (inteira), à venda pelo Sympla ou na bilheteria local.


>>> “Doidas e Santas”

Cissa Guimarães e elenco reestreiam a turnê de 10 anos de “Doidas e santas”, nesta sexta e sábado (10 e 11/5), às 21h, no Grande Teatro do Sesc Palladium (Rua Rio de Janeiro, 1.046 – Centro). Com texto de Regiana Antonini baseado na obra de Martha Medeiros, Cissa interpreta Beatriz, uma mulher prestes a completar 50 anos que divide com o público seus anseios, desejos, dúvidas e amores. Ingressos à venda no Sympla. R$ 160 (plateia 1), R$ 140 (plateia 2) e R$ 120 (plateia 3), valores referentes à inteira, meia-entrada de acordo com a lei.