Lira Ribas, Julia Ribas, Alexandre Massau, que interpreta marku, Ìdòwú Akínrúlí e Fatão Ribas dividirão o palco na montagem
 -  (crédito: Marku Musical/Divulgação)

Lira Ribas, Julia Ribas, Alexandre Massau, que interpreta marku, Ìdòwú Akínrúlí e Fatão Ribas dividirão o palco na montagem

crédito: Marku Musical/Divulgação

Histórias, Marku Ribas (1947-2013) sempre teve muitas para contar. A preferida era a do encontro com os Rolling Stones, em 1985, em Paris, quando o percussionista gravou "Back to zero", do álbum "Dirty work". Mas havia muitas outras, pois Marku, a partir de Pirapora, ganhou o mundo. Viveu na França e na Martinica, entre o final dos anos 1960 e início dos 1970, foi cantor, compositor, instrumentista e ator.


É sobre Marku, mas também sobre Marco Antônio, o espetáculo "Marku musical", que estreia nesta sexta (10/5), no Centro Cultural Banco do Brasil. A temporada segue até 10 de junho. A trajetória artística e pessoal do artista será contada por quem é de direito.

 


No palco, estarão suas duas filhas, a cantora Júlia Ribas (aqui também dividindo a direção musical com Marcelo Dai) e a atriz e diretora Lira Ribas (que assina a direção da montagem com Ricardo Alves Jr.). Mas não só. As duas convenceram a mãe, Fatão Ribas, a estrear em cena. A viúva, ex-jogadora de vôlei e hoje aposentada como assistente social, foi casada por 35 anos com Marku.


A dramaturgia partiu dele próprio, vale dizer. Marku deixou inacabada uma autobiografia, que serviu de base para Allan da Rosa escrever o texto do espetáculo. O músico será interpretado pelo ator, cantor e percussionista Alexandre Massau (ex-Berimbrown e Cidade Negra). Completando o elenco, o bailarino e músico nigeriano Ìdòwú Akínrúlí.


É música, teatro e audiovisual juntos para contar a história, explica Lira. O título da autobiografia (ainda) não publicada é "Marku por Marco Antônio". Ele começou a escrever no início dos anos 2000. A trajetória relatada vai até 1977, quando ele se casa com Fatão. "Há ainda alguns textos soltos, que vão até os anos 1990", conta Lira.

 


Após sua morte, Marku vem sendo reverenciado pelas novas gerações com tributos. Seu grande hit é "Zamba Ben" (1973), lançado no álbum "Underground" e que também nomeou uma coletânea de 2007. O Ben do título é uma homenagem a Ahmed Ben Bella (1916-2012), uma das figuras mais importantes do nacionalismo árabe. Ex-presidente da Argélia, foi o principal líder na guerra travada pela independência de seu país da França. Em suas andanças pelo mundo, Marku chegou à África.


LINHA CRONOLÓGICA

 

"Tem muita coisa para ser contada, as pessoas vão sentir isto. Mas a história é também muito pautada no Marku de casa", comenta Lira. A trajetória é apresentada de forma cronológica, a partir do nascimento em Pirapora, até a morte, em decorrência de câncer. A ideia foi mostrar quão grande e diverso ele foi, pois, como conta Lira, muita gente só o conhece pela música.


De acordo com ela, o processo de criação do espetáculo em família (que teve início em dezembro de 2023) está sendo "catártico". "Acho que é algo que nunca mais vou viver. É muito emocionante, mas ainda de muito aprendizado."

 


Que o diga Fatão, o nome pelo qual Maria de Fátima Diniz Bastos Ribas é conhecida. Marku era oito anos mais velho do que ela. Os dois se conheceram em 1976 e se casaram no ano seguinte. "As nossas famílias têm muita ligação", conta ela, que o conheceu aos 21 anos numa festa. O primeiro encontro será, inclusive, retratado no espetáculo.


Fatão jogou vôlei dos 13 aos 22 anos. Depois, seguiu carreira como assistente social. "Fazia teatrinho nas comunidades, mas não era coisa profissional", diz ela, que, para a estreia, não teve que decorar texto. "Vou mostrar a minha maneira de conversar em casa, como eu falava com ele", afirma Fatão, que chegou a jogar pela Seleção Mineira de Vôlei. "(A quadra) É um palco também, né? Já peguei jogos difíceis, mas agora, aos 69 anos, tenho que respirar fundo", diz ela.


BATE-PAPO

 

No domingo 19/5, dia do aniversário de Marku Ribas (que completaria 77 anos), haverá um bate-papo sobre a trajetória do músico. A partir das 17h, Lira, Júlia e Fatão Ribas estarão no CCBB para uma conversa com o público. A sessão desse dia, como também as de 26 de maio, 2 e 9 de junho, terão tradução em libras.


“MARKU MUSICAL”
O espetáculo estreia nesta sexta (10/5), às 20h30, no Centro Cultural Banco do Brasil (Praça da Liberdade, 450, Funcionários). Duração: 100 minutos. Temporada de sexta a segunda, sempre às 20h30, até 10 de junho. Ingressos: R$ 30 e R$ 15 (meia). À venda no ccbb.com.br/bh e na bilheteria do CCBB.