Alfredo Dias Gomes mistura  bossa nova, balada e jazz na homenagem a Elvin Jones -  (crédito: Luis Eduardo Pereira/Divulgação)

Alfredo Dias Gomes mistura bossa nova, balada e jazz na homenagem a Elvin Jones

crédito: Luis Eduardo Pereira/Divulgação

 


Com o objetivo de homenagear seu ídolo, o baterista e compositor norte-americano Elvin Jones (1927-2004), Alfredo Dias Gomes lança o álbum “Tributo a Elvin Jones” (Tratore). O disco traz seis faixas e já está rodando nas plataformas digitais.

 

Baterista e compositor, o músico carioca já tocou com Hermeto Pascoal, Ivan Lins, Márcio Montarroyos, Arthur Maia e Heróis da Resistência, entre outros.

 

 

Alfredo conta que sua admiração pelo baterista norte-americano começou na década de 1980, quando o viu tocando em uma fita VHS. “Ele tocava de uma maneira diferente, com estilo mais vigoroso e pegada quase de rock. Aquilo me fascinou, especialmente porque, naquela época, eu tocava fusion. Estava ensaiando esta homenagem já há algum tempo, mas estava esperando a hora certa.”

 

 "Mais brasileiro"

 

O baterista revela que a primeira ideia do álbum surgiu em 2017. Foi preciso pensar melhor nas músicas e em como fazê-las, porque ele não queria fusion, mas jazz. “Em algumas delas, algo mais brasileiro”, comenta Dias Gomes.


A decisão de lançar o disco agora em 2024, segundo ele, se deu por dois motivos: no dia 18 de maio, completam-se 20 anos da morte de Elvin Jones. É o mesmo dia em que seu pai, o dramaturgo Dias Gomes, faleceu.


“A data é meio marcante para mim, porque faço aniversário dois dias depois. Ou seja, meu pai morreu dois dias antes do meu aniversário, em 1999, e Elvin, em 2004.”


Quanto ao repertório, a única música garantida no disco era “Three card Molly” (Elvin Jones), faixa que abre o álbum.

 

“Sou vidrado nela, porque vi um vídeo na casa do trompetista Márcio Montarroyos (1948-2007), que, inclusive, me apresentou a Elvin. Ele estava tocando essa música. Tocava jazz, mas tocava forte, com uma pegada firme. Adorei aquilo e disse: 'quero tocar jazz que nem ele'.”

 


Na sequência, vieram “Day and night” (David Liebman), “porque tem uma coisa meio samba e depois vira jazz”, detalha o baterista carioca. “E ‘October’s child’ (Pat LaBarbera), que era latina e a transformei em bossa nova. Aliás, foi a primeira vez que gravei uma bossa em um disco meu”, comenta.

 

No Spotify

 

O artista comemora o fato de a faixa estar performando bem no Spotify. “É a primeira vez que tenho duas músicas muito tocadas na plataforma: ‘October’s child’ e ‘Whatever possessed me’. Este é o meu álbum com mais aceitação nas plataformas. Embora tenha algumas pauleiras, gravei bossa nova e balada acessíveis ao público que gosta de jazz. É um disco mais calmo”, ressalta.

 

A “pauleira”, conta Alfredo, fica por conta da primeira (“Three card Molly”) e da última faixa (“Drum solo & Duo”). “Começo com um solo de bateria e depois faço jam com o baixista Jefferson Lescowich.”


Apenas “Three card Molly” é de Elvin. “As outras são de pessoas que tocaram com ele”, informa. O disco ainda traz “Whatever possessed me” (Tadd Dameron e Berand Hanighen) e “Someone's rocking my jazzboat” (Frank Foster).

 

Gravaram com Alfredo os músicos Jessé Sadoc (trompete e flugelhorn), David Feldman (piano) e Jefferson Lescowich (contrabaixo acústico).

 


“TRIBUTO A ELVIN JONES”


• Disco de Alfredo Dias Gomes
• Tratore
• Oito faixas
• Disponível nas plataformas digitais