Na praça que fica em frente à Casa Rosada, em Buenos Aires, centro do governo da Argentina, Marcelo Torres abraça com

Na praça que fica em frente à Casa Rosada, em Buenos Aires, centro do governo da Argentina, Marcelo Torres abraça com "entusiamo" o novo desafio profissional

crédito: INSTAGRAM/REPRODUÇÃO

 

O berço une os jornalistas Marcelo Torres, Patrícia Vasconcellos e Sérgio Utsch. Mineiros de Andradas, Itajubá (ambas no Sul de Minas) e Belo Horizonte, respectivamente. Os profissionais estão espalhados pelo mundo e são correspondentes internacional do SBT/Alterosa.


Torres foi anunciado recentemente como correspondente na América Latina. Patrícia está sediada em Washington e acompanha os principais fatos dos Estados Unidos. Já Utsch que mora em Londres, traz em primeira mão os acontecimentos da Europa, Ásia, África e Oriente Médio.

 


“Sempre que me perguntam de onde sou, me gabo por ser mineiro”, brinca Utsch. “Acredito que há uma introspecção, uma poesia em nós, que gera reflexões interessantíssimas.”

 

Repórter Sérgio Utsch entrevista o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky

Especializado na cobertura de conflitos armados, Sérgio Utsch destaca a sua recente entrevista com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky

FRANCISCO PRONER/DIVULGAÇÃO


Sérgio Utsch assumiu o lugar de Marcelo Torres em Londres há 13 anos, quando o jornalista retornou ao Brasil. Na emissora de Silvio Santos, após comandar a bancada do “SBT Brasil” ao lado de Márcia Dantas por quatro anos, Torres deixa o país para ir morar na Argentina. “Chego a Buenos Aires como um profissional mais experiente, principalmente por já ter feito esse trabalho por muitos anos (em Londres) e ter trabalhado como repórter, editor e apresentador em São Paulo”, destaca.


Torres afirma que, apesar de o Brasil historicamente não ter uma ligação tão forte com os países da América do Sul e da América Latina, esse cenário precisa mudar. “Às vezes, ficamos de costas para esses países, o que é um grande erro, porque temos mais em comum do que imaginamos. Precisamos nos unir cada vez mais como continente para procurar soluções comuns para os nossos problemas e também conhecer experiências que deram certo em outros lugares.”


Memórias da pandemia


Nos Estados Unidos, Patrícia Vasconcellos chegou a Nova York em 2018, onde passaria a cobrir os eventos do país. Hoje, vive em Washington, é credenciada na Casa Branca e acompanha de perto os principais desdobramentos da política estadunidense.


“Em termos profissionais, os Estados Unidos, onde cubro hoje a Casa Branca e o Departamento do Estado para os telejornais da casa, é um país que o mundo inteiro olha. Então, é preciso estar atenta o dia todo para o que o presidente (Joe Biden) e o secretário de Estado (Antony Blinken) vão fazer e falar. Tudo o que acontece aqui tem um impacto muito grande não só no Brasil, mas no mundo”, diz Patrícia.

 

Repórter Patrícia Vasconcellos durante reportagem

Patrícia Vasconcellos traz notícias da casa branca, mas não esquece o início da pandemia de COVID-19 em Nova York: "Hospitais lotados, pessoas falecendo..."

SBT/DIVULGAÇÃO


Por lá, a jornalista enumera várias coberturas: Assembleia Geral das Nações Unidas, crise imigratória, eleições de 2020 e invasão do Capitólio após a vitória de Biden. No entanto, para ela, nenhuma foi tão marcante quanto as do período pandêmico.


“Estava em Nova York, que por um momento foi o epicentro da COVID-19. A cidade viveu semanas traumáticas que ficarão na minha memória para sempre. Foi muito difícil viver aquela realidade e trabalhar ao mesmo tempo. Lembro dos hospitais lotados, de muitas pessoas falecendo, das sirenes das ambulâncias soando dia e noite... Ir para a rua e reportar todas essas incertezas foi algo muito impactante”, afirma.


No centro da guerra

 

Traduzir a geopolítica da Europa, Ásia, África e Oriente Médio é missão do jornalista Sérgio Utsch. Especializado em coberturas de conflitos armados, Utsch testemunhou e reportou a invasão da Ucrânia pela Rússia, as guerras da Síria, a retomada do Afeganistão pelo Talibã e, mais recentemente, os conflitos entre Israel e Palestina.


De suas coberturas mais marcantes, ele destaca o início do ataque russo à Ucrânia em 2022. “Estava em Kiev naquele 24 de fevereiro quando tudo aconteceu. Lembro de ouvir as sirenes e os tiros e, pela primeira vez, eu estava cobrindo o conflito do lado que foi atacado. Por mais que a gente converse com as pessoas sobre o que vimos e vivemos nessas zonas de guerra, ainda assim não dá para transmitir tudo. É muito forte”, destaca.


Recentemente, Utsch entrevistou o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. Na conversa de uma hora, o mineiro estava entre um seleto grupo de jornalistas brasileiros que discutiram com Zelensky a geopolítica atual e a proximidade da Ucrânia com o Brasil e outros países da América Latina.


Orgulho mineiro

 

Em cantos diferentes do mundo, entre guerras e conflitos, embates políticos e assembleias, os três jornalistas mineiros compartilham um mesmo sentimento: o orgulho pela terra natal. “Por onde vou, faço questão de levar o nome de Itajubá e de Minas. Tenho muito orgulho e amo minha cidade natal, meu estado e BH, onde morei por tanto tempo”, afirma Patrícia.


Marcelo Torres destaca, com orgulho, “ter saído de Andradas para ganhar o mundo”. “O estado tem uma tradição histórica com o jornalismo. Temos grandes jornalistas mineiros que honram o nome de Minas. Saber que tenho colegas, que também são grandes amigos, como o Sérgio e a Patrícia, trabalhando na editoria internacional comigo, é muito gratificante.”

* Estagiária sob supervisão da subeditora Tetê Monteiro