Convite a Babaya é homenagem da Orquestra Ouro Preto ao canto dos mineiros -  (crédito: Rômulo Thomaz Righi Filho/divulgação)

Convite a Babaya é homenagem da Orquestra Ouro Preto ao canto dos mineiros

crédito: Rômulo Thomaz Righi Filho/divulgação

 

“Sou apaixonada pela Orquestra Ouro Preto e pelos projetos que eles realizam. Já fui várias vezes assistir aos concertos. Quando o Rodrigo ligou em outubro e me convidou para cantar, fiquei emocionada”, diz Babaya Morais.

 


A cantora e preparadora vocal se apresenta com a Orquestra Ouro Preto (OOP) neste domingo (14/4) de manhã, no Sesc Palladium. O concerto marca a estreia do projeto Alma Mineira, que destaca artistas com trabalho importante para o estado.

 


“O objetivo é ter no palco grandes artistas da música mineira, que possui várias gerações de cantores, instrumentistas e compositores”, diz Rodrigo Toffolo, maestro da OOP. “É uma forma de abraçar a cultura de Minas Gerais e apresentar esses nomes com a Orquestra Ouro Preto.”

 

 


A trajetória de Babaya como preparadora vocal teve início em 1980, quando ela dava aulas na Música de Minas Escola Livre. Na década seguinte, trabalhou em peças do Grupo Galpão e do diretor Gabriel Villela.

 

“Babaya é uma figura muito importante na história do canto em Minas Gerais, além de ser preparadora vocal de currículo imenso. Iniciar a série com ela é homenagear, de alguma forma, a voz e o canto mineiros”, afirma Toffolo.


Milton e Wagner

 

As 11 faixas do álbum “De vida e canções” (2000) compõem o repertório do concerto – entre elas, “Clube da Esquina nº 2”, “Encontros e despedidas” e “Caso de amor”. O disco foi homenagem de Babaya a Wagner Tiso e Milton Nascimento, que a acolheram como professora na Música de Minas no início dos anos 1980.

 

 

Babaya e Milton se conheceram há quatro décadas, quando ela estudava canto no Palácio das Artes, em Belo Horizonte. O primeiro contato deles ocorreu na gravação do disco “Missa dos quilombos” (1982), na mesma época em que Milton, Wagner Tiso, Cláudio Rocha e Márcio Ferreira criaram a Música de Minas.

 


Babaya dava aulas de violão e tinha a expectativa de se tornar aluna da escola, mas foi surpreendida ao ser convidada para ser professora.

 


“Na época, recebi um convite do (saxofonista) José Eymard, dizendo que queriam me colocar no quadro de professores. Aceitei prontamente, mas quando cheguei lá, ele me apresentou à secretária dizendo que eu daria aula de canto. Não sabia disso. Eu dava aula de violãozinho para criança para sobreviver”, conta, rindo.

 


“Meu pai sempre falava que sou muito guerreira, então acreditei em mim. Enquanto subia aquelas escadas para conversar com os donos da Música de Minas, senti a certeza de que poderia fazer aquilo.”

 


Juarez, Titane e Celso

 

O projeto Alma Mineira tem mais três espetáculos programados para este ano, com os convidados Juarez Moreira, Titane e Celso Adolfo.


“São nomes de correntes musicais muito fortes e diversas. Acima de tudo, são figuras de grande importância na música mineira. Tanto o Celso quanto o Juarez estão vindo com repertório próprio. Titane, além de ser grande artista e musicista, é pesquisadora da cultura e das tradições mineiras. Ela vai trazer para o palco o encontro da música com as festas do congado e da folia de reis”, diz Rodrigo Toffolo.

 


ALMA MINEIRA


Com Orquestra Ouro Preto e Babaya. Neste domingo (14/4), às 11h, no Grande Teatro do Sesc Palladium (Rua Rio de Janeiro, 1.046, Centro). Plateia 3: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia). Ingressos para as plateias 1 e 2 esgotados. Vendas on-line na plataforma Sympla.

* Estagiária sob supervisão da editora-assistente Ângela Faria