Simone de Beauvoir, que morreu em 1986, é uma das vozes mais potentes do feminismo contemporâneo -  (crédito: Georges Bendrihem/AFP)

Simone de Beauvoir, que morreu em 1986, é uma das vozes mais potentes do feminismo contemporâneo

crédito: Georges Bendrihem/AFP


Um dos livros fundadores do feminismo moderno, “O segundo sexo” foi escrito em 1949 pela filósofa existencialista Simone de Beauvoir (1908-1986). Em sua obra mais famosa, a pensadora francesa discute como a mulher é encarada como o “outro” pela sociedade, sempre subordinada ao homem.

 


Ideias de Simone de Beauvoir continuam atuais. O segundo encontro do projeto Sábados Feministas, promovido pelo movimento Quem Ama Não Mata em parceria com a Academia Mineira de Letras (AML), traz uma atualização de “O segundo sexo”, propondo-se a discutir os feminismos contemporâneos do Brasil e do mundo. O evento será realizado neste sábado (13/4), às 10h, no auditório da Academia, com entrada franca.

 

 

Pós-modernidade

 

No segundo sábado de cada mês, o evento discute vivências femininas sob a perspectiva dos feminismos contemporâneos. A professora e pesquisadora Magda Guadalupe fará a palestra desta manhã.

 


“Há questões que estão desde 1949 nas obras de Beauvoir e se apresentam hoje nos feminismos da interseccionalidade, decolonialidade e pós-modernidade. Beauvoir continua muito atual tanto nos temas quanto nos tópicos que inicialmente trabalhou em ‘O segundo sexo’”, diz.

 


Magda Guadalupe estuda o pensamento de Simone de Beauvoir desde 1970, quando passou a se interessar pelo existencialismo. Ela fez mestrado em filosofia na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), é professora da PUC Minas e da Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg).

 


Corpos submissos

 

A professora destaca que a pensadora francesa, em “O segundo sexo”, se preocupa em analisar criticamente mitos da cultura ocidental que fabricam a figura da mulher biologicamente destinada a ser submissa à estrutura de poder. Simone de Beauvoir tentava desnaturalizar esses corpos submissos, observa Magda Guadalupe.

 


“A relação entre natureza e cultura é muito importante para se pensar como a sujeição feminina começa historicamente”, diz a intelectual.

 

“A dominação sexual se apresenta ao longo da história e deve, segundo Beauvoir, ser reconhecida como ponto de partida de outras variações de submissão. Para ela, não se trata de uma condição pelo fato de se nascer biologicamente mulher, mas porque a cultura determina um olhar dominador sobre todas nós”, explica.


SÁBADOS FEMINISTAS


Palestra da professora Magda Guadalupe. Tema: “Simone de Beauvoir e os feminismos contemporâneos no Brasil e no mundo”. Neste sábado (13/4), às 10h, no auditório da Academia Mineira de Letras (Rua da Bahia 1.466, Lourdes). Entrada franca.

* Estagiária sob supervisão da editora-assistente Ângela Faria