A poucas edições do fim do “BBB 2024” e, consequentemente, do quadro “Vamos invadir sua casa”, Marcos Veras tem o sonho de levar para a casa mais vigiada do país um fã raiz do programa e, diferentemente das celebridades que passaram por lá, ilustre desconhecido. “Seria interessante”, disse ele, que aguarda resposta do Big Boss.


Desde o início do quadro, famosos têm garantido o humor na atração, assim como o talento de Veras no comando tem se destacado. Ele reconhece que a lista de convidados é diversa, divertida, um luxo, que está rendendo bons momentos. Cita o riso solto do ator Lázaro Ramos. “Parecíamos dois alunos de quinta série tocando terror dentro da casa.”




Lembra também as participações de Deborah Secco, Susana Vieira, Jojo Todynho e Sabrina Sato. Mas nada se compara com a atuação de Ary Fontoura, que foi brilhante ao apertar o botão de desistência e deixar a casa.


Apesar de o quadro dirigido por Fábio Brandão seguir um roteiro, Veras o considera muito dinâmico e diz que no período que fica na casa com o convidado – entre 40 e 50 minutos –, tudo pode acontecer. Ele colabora com sugestão de texto, que pode ser modificado na reunião que fazem antes do “gravando”, mas o convidado não tem texto definido previamente.


O convite para apresentar “Vamos invadir sua casa” foi, segundo o comediante, uma grande surpresa. “Nunca imaginei fazer parte do ‘BBB’”, diz ele, que sabe a dimensão do programa. “É difícil você não acompanhar o ‘BBB’. As conversas são sobre o programa nas redes sociais, o ‘BBB’ está lá, os sites replicam, jornais dos mais sérios aos mais inusitados estão sempre falando.”


Ele conta que, ao ser convidado por Boninho para um quadro semanal em que ele seria o apresentador e teria um convidado, topou na hora. “Gosto de exercitar o meu lado de apresentador. Quando soube que haveria esse lado com humor, uma coisa inédita, já que até então ninguém havia entrado na casa, que tem um mistério, uma blindagem de informação, de quem entra, de quem sai, disse sim.”


E não se arrepende. Pelo contrário. Conta que está se divertindo muito. “Assim como as novelas, o programa tem um alcance absurdo, não só de audiência, mas de repercussão posterior e, claro, traz uma visibilidade muito grande”, afirma.


Visita a Minas

Marcos Veras esteve em Ouro Preto na última sexta-feira (22/3) e em Itabira no sábado (23/3) com a peça “Vocês foram maravilhosos”, que completou um ano em cartaz e ele considera seu orgulho e atual xodó. “Por ser um espetáculo muito democrático, que agrada a todas as pessoas, que fala muito de vida, de família, de paternidade, de carreira, eu revisito a minha história, sem querer falar somente de mim, sempre buscando uma identificação com a plateia”, diz.


Ele também tem um carinho especial pela montagem “Alguma coisa podre”, que conquistou 15 prêmios no ano passado e voltará ao cartaz neste ano, no Rio de Janeiro e em São Paulo. “É uma montagem muito divertida, inédita no Brasil. É para quem gosta de musical, porque todos os elementos do musical estão lá, mas é também para quem não gosta de musical, porque ele debocha, ironiza.”


O artista diz que encarar esse desafio não foi fácil, já que o espetáculo tem duas horas de duração e requer uma preparação de atleta. “Você dança, canta, representa, pula, e meu personagem, por exemplo, que é o protagonista, não sai de cena. Conto nos dedos da mão quantas vezes saio na coxia para beber água.”

25 anos de carreira


Em 2025, Veras comemora bodas de prata na carreira. O começo foi no início dos anos 2000, mas o primeiro grande sucesso veio oito anos mais tarde, com o stand up “Falando a Veras”, que ficou 11 anos em cartaz. “Tenho muito orgulho da minha estrada até aqui, tenho muito orgulho de viver da minha profissão no país. Quantos atores têm uma segunda, uma terceira profissão ou abandonam a carreira? Eu me sinto muito privilegiado. Claro que é fruto de muito trabalho, muita disciplina.”


Para ele, a grande marca desses quase 25 anos de carreira é a versatilidade. Seu nome faz parte do cinema, do teatro, da televisão e pode ser encontrado no drama, na comédia e em peças autorais. “Considero minha carreira muito linear, no melhor sentido da palavra, porque nunca parei de trabalhar depois que comecei. Sou um artista que produz as próprias peças, por exemplo. Tenho muito orgulho de olhar para trás sem nenhum saudosismo ou nostalgia, mas com muito carinho, pensando nos próximos 25 anos pela frente.”


Grande parte do reconhecimento de Veras vem da televisão. “Quando o trabalho chega ao maior número de pessoas, isso nos enche de prazer. Quando você faz uma novela, como ‘Além da ilusão’ ou ‘Vai na fé’, que teve uma repercussão incrível, é um motivo de muita felicidade. A televisão ainda tem um alcance muito grande, nós, brasileiros, culturalmente somos formados por novelas. A novela dita moda, dita discussões em família, dita comportamentos.”

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