Manifesto defendendo a cadeia editorial, do autor ao leitor, é publicado em meio a polêmicas no Brasil e nos EUA -  (crédito: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)

Manifesto defendendo a cadeia editorial, do autor ao leitor, é publicado em meio a polêmicas no Brasil e nos EUA

crédito: Ramon Lisboa/EM/D.A Press

Cinco organizações internacionais que advogam pelo do setor do livro assinaram um manifesto pela liberdade de expressão, leitura e publicação.


O documento convoca governos e cidadãos a agir para que essas liberdades sejam respeitadas e deve ser apresentado em eventos internacionais ao longo do ano.

 


O manifesto é publicado em meio a discussões sobre a perseguição a livros no Brasil, com a retirada do livro "O avesso da pele", de Jeferson Tenório, de escolas estaduais e a recente polêmica envolvendo o Prêmio Sesc, e no exterior, com cruzadas como as que querem proibir livros LGBTQIA+ em escolas nos Estados Unidos.


AUTOCENSURA

 

"A verdadeira liberdade de leitura significa poder escolher entre a mais ampla gama de livros que compartilham a mais ampla gama de ideias", diz o manifesto.


"A comunicação irrestrita é essencial para uma sociedade livre e uma cultura criativa, mas traz consigo a responsabilidade de resistir ao discurso de ódio, falsidades deliberadas e distorção de fatos. Autores, editores, livreiros e bibliotecas fazem uma contribuição essencial para garantir essa liberdade."


O texto salienta que a censura nem sempre é formal. "O risco de autocensura devido a pressões sociais, políticas ou econômicas permanece alto, afetando cada parte da cadeia, do escritor ao leitor. A sociedade deve criar o ambiente para que autores, editores, livreiros e bibliotecários cumpram suas missões livremente."


APOIO DIVERSO

 

O texto foi assinado pelo Fórum Internacional de Autores (IAF), pela PEN Internacional, que representa escritores, Associação Internacional de Editores (IPA), Federação Europeia e Internacional de Livreiros (EIBF) e Federação Internacional de Associações e Instituições Bibliotecárias (IFLA).


No Brasil, se juntam a elas a Câmara Brasileira do Livro (CBL), Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf), Associação Brasileira de Autores de Livros Educacionais (Abrale), Associação Brasileira de Direitos Reprográficos (ABDR), Associação Nacional de Livrarias (ANL), Liga Brasileira de Editores (Libre) e Sindicato Nacional dos Editores de Livro (SNEL).


A declaração pede também a adesão de autores, editores, livreiros e bibliotecários que queiram apoiar a causa.

 

TRECHOS DO DOCUMENTO

 

"A comunicação irrestrita é essencial para uma sociedade livre e uma cultura criativa, mas traz consigo a responsabilidade de resistir ao discurso de ódio, falsidades deliberadas e distorção de fatos. Autores, editores, livreiros e bibliotecas fazem uma contribuição essencial para garantir essa liberdade."

 

 “O risco de autocensura devido a pressões sociais, políticas ou econômicas permanece alto, afetando cada parte da cadeia, do escritor ao leitor. A sociedade deve criar o ambiente para que autores, editores, livreiros e bibliotecários cumpram suas missões livremente. Portanto, conclamamos governos e todos os outros interessados a ajudar a proteger, defender e promover as três liberdades acima – de expressão, de publicação e de leitura – por lei e na prática.”