Declarações da atriz sobre o filme deram a entender que a experiência das gravações foi desagradável e a fez duvidar de um bom resultado -  (crédito: Sony Pictures/Divulgação)

Declarações da atriz sobre o filme deram a entender que a experiência das gravações foi desagradável e a fez duvidar de um bom resultado

crédito: Sony Pictures/Divulgação

Dakota Johnson não está sendo a melhor garota-propaganda de "Madame Teia". Sua primeira investida no gênero dos super-heróis, após o estrelato no soft porn "Cinquenta tons de cinza", estreia nos cinemas nesta quinta-feira (15/2), numa nova aposta da Sony nesse universo, após o sucesso de "Venom" e o fracasso de "Morbius".

Mas, nas últimas semanas, a atriz alfinetou a produção do filme, a indústria do cinema em geral e disse entender quem se cansou desse gênero que dominou as bilheterias dos últimos 15 anos.

Ao portal “Entertainment Weekly”, Johnson disse que foi "psicótico" atuar com os fundos azuis usados para aplicar computação gráfica na pós-produção. "Não sei se o resultado vai ser bom", afirmou.

Em tom de piada, no programa televisivo de humor “Saturday Night Live”, descreveu o filme como "se a inteligência artificial tivesse gerado o filme para o seu namorado". Além disso, pouco após a divulgação do trailer de "Madame Teia", em janeiro passado, a atriz gerou desconforto ao romper com a agência que a assessorava.

Em sua passagem pelo Brasil para divulgar o filme, no começo do mês, porém, ela se esquivou de polêmicas. "No início tive de me habituar, mas depois deu certo", disse, comentando a ostentação de efeitos especiais no longa. "Apenas usei minha imaginação e tive uma ótima experiência."

Os holofotes durante a estada do Johnson em Ipanema, na Zona Zul do Rio de Janeiro, recaíram sobre seu traje no Baile da Vogue – um vestido preto com fios brilhantes e irregulares que desenhavam teias de aranha sobre seu corpo.


Dons sobrenaturais

Afinal, considerado um "prequel" para os filmes da série "Homem-Aranha", a personagem-título, Cassandra Webb, nasceu nos quadrinhos do amigo da vizinhança nos anos 1980, como uma mutante idosa, com deficiência visual e cadeirante, mas com habilidades como telepatia e projeção astral. Na adaptação, ela é jovem e bela, como a atriz de 34 anos na vida real, e enxerga, além dos dons sobrenaturais.

"Fui cativada com a ideia de que essa heroína era uma mulher jovem que empodera sua mente. Achei uma forma muito interessante de adentrar nesse mundo", diz Johnson sobre sua estreia no gênero. Ela diz, inclusive, acreditar em quem tenha esse tipo de dom. "Acho tão incrível, se as pessoas têm a habilidade de ver o futuro ou pressentir coisas assim, ou usar sua intuição, é claro que quero acreditar. É como mágica."

Com exceção da franquia "Cinquenta tons", na qual contracenou cenas de sexo com um ricaço excêntrico vivido por Jamie Dornan, Johnson é habituée de um cinema mais intimista, com títulos como "A filha perdida" e "Daddio", com Sean Penn, exibido no Festival de Toronto.

"Você é mais exigido fisicamente e fica mais cansado ao fazer um longa com muitas cenas de ação, filmando por horas a fio", diz ela. "É preciso manter o ritmo."

Nessa maratona, Johnson divide o protagonismo com outras três jovens heroínas: Julia Carpenter (papel de Sydney Sweeney), Anya Corazon, (Isabela Merced), e Mattie Franklin (a queniana Celeste O’Connor). Apesar do excesso de personagens, o roteiro sabe costurar a história de origem de uma personagem menos conhecida mesmo entre fãs de HQs – até com menos cenas computadorizadas do que as reclamações da atriz pareciam indicar.

Paramédica em Manhattan

Com uma história desconectada dos filmes do Homem-Aranha, a trama se passa em 2003, e mostra Cassandra Webb trabalhando como paramédica em Manhattan, quando descobre por acaso o dom de prever o futuro. Suas visões a levam ao encontro das três adolescentes, onde juntas terão que unir suas habilidades para combater o vilão Ezekiel Sims (Tahar Rahim) , cujo uniforme lembra o do herói famoso.

A atmosfera de "girl power" que a diretora S. J. Clarkson ressalta lembra aquela do recente "As Marvels", a pior bilheteria de estreia da Marvel até hoje, levantando dúvidas sobre o possível desempenho do filme. Será que a falta de homens não vai incomodar o público masculino? "Com certeza, são mulheres. Há alguns homens que não gostam de mulheres?", diz Johnson, com um sorriso irônico.

O desfecho dá indícios de uma sequência no futuro, em uma espécie de X-Men versão aracnídea. A produção deve ficar para os próximos anos, já que neste 2024 ainda teremos títulos como "Kraven - O caçador" e "Venom 3" para dar sequência à trama. (Folhapress)

“MADAME TEIA”
(EUA, 2024, 114 min.) Direção: S.J. Clarkson. Com Dakota Johnson, Sydney Sweeney e Isabela Merced. Classificação: 14 anos. Estreia nesta quinta (15/2), em salas dos shoppings Boulevard, Cidade, Contagem, Del Rey, Itaú, Minas, Monte Carmo, Via, BH Shopping, Diamond Mall, Pátio Savassi, Cinesercla Norte e Estação BH.