Margot Robbie, a Barbie no filme de greta gerwig, foi esquecida pela Academia de Hollywood, que indicou ryan gosling a ator coadjuvante -  (crédito: Warner/Divulgação)

Margot Robbie, a Barbie no filme de greta gerwig, foi esquecida pela Academia de Hollywood, que indicou Ryan gosling a ator coadjuvante

crédito: Warner/Divulgação

Com Greta Gerwig e Margot Robbie esnobadas pelo Oscar, “Barbie”, com suas oito indicações, surpreendeu mesmo foi America Ferrera, indicada a atriz coadjuvante pela humana Gloria, a ponte entre a boneca-título que domina a Barbielândia e o mundo real.

“Houve um momento em que eu não tive certeza se era real. Como meu telefone começou a tocar, vi que devia ter ouvido direito”, afirmou, à “Variety”, a atriz americana de pais hondurenhos que o mundo conheceu na série “Ugly Betty” (2006-2010).

Na mesma entrevista, America falou de seu desapontamento com a não indicação de Gerwig a direção (a cineasta, no entanto, está na disputa por roteiro adaptado ao lado do marido, Noah Baumbach). “Greta fez quase tudo que um diretor poderia fazer para merecer isso: criou um mundo e pegou algo que não tinha valor inerente para a maioria das pessoas e o tornou um fenômeno global.”

Outro esnobado célebre da Academia foi Leonardo DiCaprio, que não conseguiu uma vaga de melhor ator pelo protagonista de “Assassinos da Lua das Flores”. Vale lembrar que a relação dele com o Oscar sempre foi dúbia: somente em “O regresso”, sua quinta indicação como ator, ele levou o prêmio. Na época, isto virou até piada: dizia-se que ele precisou passar fome, sede e quase morrer várias vezes para levar o prêmio.

Em outros trabalhos tão relevantes – “Os infiltrados” e “Prenda-me se for capaz” entre eles – o popularíssimo Leo também foi esquecido pelo Oscar. Mas não seu colega de cena (e de malvadezas no filme de Martin Scorsese). Robert De Niro concorre a ator coadjuvante por “Assassinos da Lua das Flores”.


SURPRESA

Chamou a atenção ainda a escolha de Mark Ruffalo e não de Willem Dafoe para uma das cinco vagas de ator coadjuvante. Os dois estão em “Pobres criaturas”, mas a performance de Dafoe como God, uma espécie de Frankenstein, é muito superior à de um histriônico Ruffalo.

Ótimo drama cuja força está na performance do trio principal, “Segredos de um escândalo” só conseguiu uma indicação, de melhor roteiro, deixando Julianne Moore, Natalie Portman e Charles Melton a ver navios.

Muita gente apostava na indicação de Pedro Almodóvar em curta-metragem por “Estranha forma de vida”, o faroeste gay que coloca Ethan Hawke e Pedro Pascal como um casal de antigos amantes. Não entrou na categoria, que, no entanto, celebrou outro cineasta com estilo facilmente reconhecível. Wes Anderson está na disputa por “A incrível história de Henry Sugar”, que integra um pacote de curtas que ele fez para a Netflix.

A Disney, que não emplacou nenhum super sucesso em 2023, ano de seu centenário, também não deve estar muito feliz com o Oscar. Na categoria de animação, só “Elementos” entrou na disputa (e o longa é da Pixar, uma subsidiária da Disney). Sua grande aposta, “Wish – O poder dos desejos”, ficou de fora, dando lugar a escolhas mais diversas.

Destas, a que sai na frente é a animação japonesa “O menino e a garça”, do lendário diretor Hayao Miyasaki. Correndo por fora estão “Nimona”, da Netflix, e a produção franco-espanhola “Meu amigo robô”. Eles terão um forte concorrente pela frente, a sequência “Homem-Aranha: Através do Aranhaverso”

A categoria de Melhor Filme Internacional tem um favorito. Produção dos EUA/Reino Unido/Polônia, “Zona de interesse” não é falado em inglês, mas em alemão, polonês e iídiche. Como ele concorre em cinco categorias, incluindo a de Melhor Filme, é provável que vença na de Filme Internacional.

Seu concorrente de mais peso é o sucesso espanhol da Netflix “A sociedade da neve”, que merecia mais do que as duas indicações (além de Filme Internacional, recebeu a de Cabelo e Maquiagem). Outro título celebrado é “Dias perfeitos”, candidato do Japão dirigido pelo grande Wim Wenders, uma das maiores referências do cinema alemão.

A representação latina também está presente na categoria de documentário, com "A memória infinita", da chilena Maite Alberdi, que acompanha um casal cujo marido foi diagnosticado com Alzheimer, e a indicação de Edward Lachman a Melhor Fotografia, pelo chileno "O Conde".


Mais Oscar em cartaz


Nos cinemas

• “Meu amigo robô” (cine Ponteio)
• “Segredos de um escândalo” (UNA Cine Belas Artes, Boulevard, Diamond, Cidade, Contagem, Del Rey, Minas Tênis, Monte Carmo, Pátio e Ponteio)


No streaming

• “A memória infinita" (Paramount+)
• “A sociedade da neve” (Netflix)
• “A incrível história de Henry Sugar” (Netflix)
• “Elementos” (Disney+)
• “Homem-Aranha através do Aranhaverso”
(HBO Max)
• “Nimona” (Netflix)
• “O Conde” (Netflix)