André Frateschi diz que valorização do rock dos anos 1980/1990 é reação à música  ouvida hoje no Brasil
 -  (crédito: Maurício Fidalgo/divulgação)

André Frateschi diz que valorização do rock dos anos 1980/1990 é reação à música ouvida hoje no Brasil

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Em 1982, surgia uma das bandas de rock mais importantes do Brasil: a brasiliense Legião Urbana, formada por Renato Russo, Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá. Rebelde e politizado, o trio influenciou gerações de jovens brasileiros – entre eles estava o menino André Frateschi, de 11 anos.

Em 2015, já ator e músico, André assumiu o microfone no lugar de Renato Russo (1960-1996) durante a turnê de 30 anos da Legião. Este paulistano se apresenta hoje (13/1), no Distrital do Cruzeiro, a convite do ex-skank Henrique Portugal, agora à frente da Solar Big Band.

 

O show terá de tudo um pouco, adianta André Frateschi. “A gente pegou coisas da Legião, claro, mas terá Cassiano e Beatles também. Pesquisamos bastante, eu queria cantar coisas que nunca tinha cantado, como o próprio Skank. Também vamos homenagear o Henrique, um cara que admiro há muito tempo. Vamos tocar juntos pela primeira vez”, diz. Outros convidados são Insanidade e Maurinho Berrodágua, ex- Tianastácia. 

O rock ainda respira, garante André. Para ele, prova disso é o próprio Henrique Portugal, que iniciou o projeto Solar Big Band depois do fim do Skank. Toni Garrido (ex-Cidade Negra), Di Ferrero (NX Zero) e Marco Túlio Lara (Jota Quest) já se apresentaram com o mineiro.

Revalorização

Esse “encontro de histórias” no palco é saudável, afirma o músico paulistano. “A gente tem vivido o momento de revalorização da geração das décadas de 1980, 1990 e 2000. No último ano, a turnê dos Titãs lotou estádios pelo Brasil. Acho que isso acaba sendo uma reação das pessoas com gosto musical diferente daquele que está nas paradas”, analisa.

“Dizem que o rock morreu, mas se ele morreu, é aquele morto muito louco. Ainda há muita força e relevância nas letras dessas canções, que acabaram virando patrimônio do nosso país”, afirma. 

Aos 11 anos, André conheceu pessoalmente Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá, guitarrista e baterista da banda Legião Urbana. Os dois estavam na plateia da peça em que sua mãe, a atriz Denise Del Vecchio, atuava. 

“Eu me apaixonei pelo (David) Bowie aos 9 anos de idade e conheci pessoalmente a Legião aos 11. Foram dois pilares da minha formação musical, decidi o que ia fazer da vida quando assisti ao show da Legião. Nunca mais tive dúvida. Para mim, rock é filosofia de vida, um espírito contestador, minha maneira de encontrar Deus”, afirma Frateschi. 

Aos 16, ele estreou na carreira musical. Tocou na banda Heroes e seguiu como artista solo. Como ator, trabalhou no teatro, televisão e cinema. Em 2017, venceu o reality “Popstar”, exibido pela Globo.

“A primeira coisa que pensei foi que não podia imitar o Renato. Ele é insubstituível”, afirma, ao comentar o convite para a turnê da Legião. “O que fiz foi imprimir minha identidade em músicas significativas para mim. Obviamente, sem a vaidade boba de querer mudar as melodias perfeitas, mas colocando um pouco a minha cara na coisa, para que não virasse tributo. É como se fosse outra banda, com outro vigor. Se eu tivesse imitado o Renato, não teria essa força”, acredita. 

André Frateschi se mostra ansioso para assumir novos projetos e diz que mantém Minas Gerais em seu mapa. “Eu e o Henrique nos aproximamos com o convite para o show. Sempre fui um minerador do trabalho dele, espero que isso seja o primeiro passo para a gente fazer novas aventuras, novos shows e tudo o que o destino trouxer”, conclui.

 

HENRIQUE PORTUGAL, ANDRÉ FRATESCHI, MAURINHO BERRODÁGUA, INSANIDADE E SOLAR BIG BANG


Neste sábado (13/1), às 20h30, no Distrital do Cruzeiro (Rua Opala, s/nº, Cruzeiro). Ingressos: R$ 60 (3º lote), na plataforma Sympla. Informações: (31) 3284-0709

* Estagiária sob supervisão da editora-assistente Ângela Faria